Fabio Schardong

Jornalista com 32 anos de profissão. Comunicador na Rádio Chapecó desde 2005.


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Fabio Schardong

O pior outubro da história em Chapecó

Chuva não apagou nem a poeira no Oeste catarinense.

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Foto: Vanessa Presotto.
Foto: Vanessa Presotto.

Outubro sempre foi um mês chuvoso. A primavera era assim. Era, com o verbo no passado, pois no presente não tem sido assim no Oeste Catarinense. Quem mora em Chapecó sabe, já que outubro é o mês da Efapi. Cada exposição-feira era no mínimo um banho de chuva e um temporal.

A estiagem em 2020 assola a região e a chuva em outubro ficou em torno de 10% da média histórica. A estação automatizada da Epagri registrou 19,8 mm de precipitação.

Converso diariamente com o meteorologista Piter Scheuer, na Rádio Chapecó, e ele afirmou nessa quinta-feira (05) que procurou e não encontrou registros de um mês de outubro com menos chuva. A Epagri já havia dito, dias atrás, que setembro foi o pior em chuvas dos últimos 51 anos.

O interessante é que os dias aqui no Oeste têm temperaturas baixas ao amanhecer e chegando perto dos 30ºC no período da tarde. Já o próximo fim de semana terá temperaturas bem acima desse patamar. O forte calor fará com que a evaporação também aumente. O que já está ruim vai piorar.

Falei também com o secretário de desenvolvimento rural de Chapecó, Valdir Crestani, para saber a situação no interior. O município segue transportando água para comunidades rurais, com prioridade para o consumo humano. Porém, os animais já sofrem. Poços foram recentemente perfurados e nada de água. Nossas águas subterrâneas também estão escassas.

Na barragem de captação do Lajeado São José tem mais lodo que água. Chapecó tem rodízio de abastecimento desde domingo passado. A Casan começou com fornecimento de 12 horas em 12 bairros e aumentou para 36 na terça-feira. Alguns bairros são abastecidos durante o dia, outros durante a noite.

É natural a preocupação dos candidatos e as promessas para resolver o problema. Só que a dificuldade é hoje, é agora, e a solução “pra ontem”. Em contato com a gerência da concessionária em Chapecó, me disseram que nesse período eleitoral evita-se trabalhar em parceria com as prefeituras, mas que o município já expediu as licenças ambientais necessárias para trabalhar no desassoreamento do local de captação. Uma retroescavadeira maior, contratada pela Casan, chega na tarde de quinta-feira (05).

A responsabilidade de captação, tratamento e distribuição de água é da concessionária, que tem contrato longo com o município. O que as pessoas cobram é solução definitiva para os problemas enfrentados. A estiagem era anunciada, já que a previsão do tempo evoluiu muito nos últimos anos e as projeções são confiáveis. O que os chapecoenses esperam é um investimento grande por parte da Companhia, do Estado, para solucionar tais problemas. É um assunto que não pode ser abordado apenas quando a água falta na torneira ou em época de eleição.

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