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No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, conheça três pesquisadoras catarinenses

Menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres, segundo dados da Organização das Nações Unidas.

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: Divulgação / Fapesc
Foto: Divulgação / Fapesc

Quando se fala em ciência, laboratórios, experimentos nas mais diferentes áreas, a primeira imagem que vem à cabeça raramente é de uma mulher. E isso não é por acaso. Menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Para mudar esses indicadores, a organização lançou em 2015 o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro.

Em Santa Catarina, pesquisadoras de diferentes áreas mostram que é preciso romper limites e incentivar para que novas gerações de meninas e mulheres avancem cada vez mais na ciência. Uma das referências nessa luta é a farmacêutica Ana Lúcia Rodrigues, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutora em Bioquímica, ela coordena um grupo de pesquisa sobre a neurobiologia da depressão que conta com pesquisadores de vários níveis, desde graduação e mestrado até doutorado e pós-doutorado.

“Na área de bioquímica temos um número significativo de mulheres cientistas, pois elas estão mais presentes em ciências biológicas e da saúde, o que não ocorre em outras áreas, como física e matemática, por exemplo. Embora o número de cientistas mulheres seja expressivo na minha área, há uma certa desigualdade de gênero no número delas que atingem o topo da carreira”, explica a pesquisadora.

Desde que começou na UFSC, Ana tem incentivado a formação de novas cientistas. Ela orientou também três pesquisadoras que venceram o prêmio L’Oréal-ABC-Unesco para Mulheres na Ciência. Entre elas estão Manuella Kaster e Patrícia Brocardo, que hoje são professoras na mesma universidade.

Patrícia é professora no Departamento de Ciência Morfológica e é subcoordenadora do Programa de Pós-Graduação em Neurociências na UFSC, onde orienta alunos de mestrado e doutorado. Em sua pesquisa, investiga estratégias terapêuticas que possam aumentar a neuroplasticidade, que é a capacidade que nosso cérebro tem de se adaptar durante a nossa vida. Ela pesquisa, por exemplo, como o estresse e uso de álcool podem afetar a neuroplasticidade adulta.

O Laboratório de Neuroplasticidade, coordenado por Patrícia, é formado atualmente só por mulheres. Conta com uma aluna de iniciação científica, cinco mestrandas, uma doutoranda e quatro professoras. “Eu faço a minha parte ajudando na formação de jovens cientistas e fomentando a discussão científica através de encontros semanais e da divulgação científica em revistas internacionais e nacionais”, comenta a pesquisadora.

Manuella é outra das orientandas de Ana Lúcia e vencedora do prêmio L’Oréal-ABC-Unesco. Desde 2014 ela coordena um grupo de pesquisa de Neurociência Translacional da UFSC. Com uma equipe de sete pessoas, ela estuda o impacto do estresse no cérebro e na predisposição de doenças psiquiátricas.

Quando ingressou no curso de Ciências Biológicas teve um interesse natural pela pesquisa. “Desde o primeiro contato, eu me apaixonei pelo trabalho e soube que era o caminho que eu queria seguir”, conta.

Mas isso exigiu dedicação e empenho por muitos anos. Por isso, Manuella acha importante mostrar que Santa Catarina tem inúmeras mulheres coordenando pesquisas. “Aumentar a visibilidade de mulheres cientistas tem sempre um impacto positivo, estimula as meninas a se interessarem pela carreira, mostra como se faz para iniciar e quais as possibilidades de atuação”, conclui.

Novas gerações

As carreiras de Ana Lúcia, Patrícia e Manuella são inspiração para as novas gerações de pesquisadoras como Evelini Plácido e Fernanda Neutzling Kaufmann.

Evelini faz doutorado em Neurociências na UFSC e pesquisa sobre o nascimento de novos neurônios em cérebro adulto, o que ajudaria em tratamentos de doenças como Huntington e Parkinson.  “Sempre achei que aprender algo novo deve acontecer ao longo da vida e não somente durante os anos escolares. Então eu pensei o que eu posso ser que vai me proporcionar estar sempre aprendendo? Cientista!”, lembra.

Longe do Brasil, a ex-orientanda da professora Manuella, a pesquisadora Fernanda Neutzling Kaufmann se dedica ao pós-doutorado no Centro de Pesquisas do Cérebro da Universidade de Laval em Quebec, no Canadá. “A minha pesquisa busca desvendar os mecanismos pelos quais as moléculas inflamatórias podem atingir o cérebro durante a depressão, causando uma inflamação no cérebro e contribuindo para todos os efeitos negativos tanto fisiológicos quanto comportamentais que são observados nessa patologia. Eu acredito que, se descobrirmos uma maneira de inibir que essas moléculas inflamatórias cheguem no cérebro em grandes quantidades, poderemos desenvolver uma nova classe terapêutica para o tratamento da depressão”, resume a jovem.

Essas cinco pesquisadoras, além de avançar em uma carreira de destaque na ciência, na busca por soluções a problemas que afetam a saúde e a sociedade, são incentivadoras para que mais mulheres e meninas ingressem a área. “Para as meninas que desejam ser cientistas, eu digo que não desistam dos seus sonhos. A caminhada de uma vida como cientista é muito prazerosa e recompensadora, de constante troca de saberes, constante aprendizagem e desenvolvimento pessoal”, finaliza Fernanda.

Evento on-line

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vai realizar um evento on-line para marcar o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A abertura contará com representantes da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência em Santa Catarina (SBPC-SC).

Os interessados em acompanhar podem acessar o canal da TV UFSC no YouTube, a partir das 16h30. No mesmo evento será lançado um prêmio para as mulheres cientistas em diferentes estágios da carreira, desde iniciantes até seniores.

Segundo o presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen, a participação das mulheres nas ações de ciência, tecnologia e inovação é essencial para garantir diversidade de visões. “Temos visto uma grande participação das mulheres nas ações da fundação, desde a submissão de propostas até na coordenação e participação de equipes de pesquisa”, comenta.

Holthausen participará da live da UFSC nesta quinta-feira (11), junto com a gerente de Ciência e Pesquisa da Fapesc, Deborah Bernett.


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