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Redesignação

Gêmeas que passaram por cirurgia de mudança de sexo contam sobre bullying sofrido na infância

As meninas nasceram com o sexo biológico masculino, mas segundo elas, desde criança sabiam que não pertenciam àqueles corpos.

• Atualizado

Viviane Abreu

Por Viviane Abreu

Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal
Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal

As irmãs gêmeas Mayla e Sofia, de 19 anos, ganharam grande repercussão na última semana devido à cirurgia de mudança de sexo, realizada em Blumenau.

As meninas nasceram com o sexo biológico masculino, mas segundo elas, desde criança sabiam que não pertenciam àqueles corpos.

“Tudo começou quando tínhamos quatro anos e nossos pais já percebiam que havia algo diferente, porém sentiam medo do julgamento da sociedade”, conta Sofia.

No início da pré-adolescência os pais das gêmeas, que eram divorciados, optaram que elas morassem com o pai, para que tivessem uma referência masculina. Mas a convivência não as mudou. Desde muito novas, já tinham convicção de que queriam fazer a cirurgia de redesignação. 

Cirurgia seria o fim do preconceito

Para as irmãs, a cirurgia significava o fim de uma fase de preconceito sofrido desde a infância. Sofia conta que o bullying não vinha apenas dos colegas que não as aceitavam, mas também de alguns professores que não as reconheciam como meninas. 

Mayla Phoebe – Foto: Arquivo pessoal

A partir dos 15 anos, Mayla e Sofia iniciaram o tratamento hormonal e acompanhamento psicológico, para que mais tarde pudessem passar pela cirurgia de redesignação. 

A cirurgia só foi possível graças aos avós das meninas, que venderam uma casa que servia de renda extra, para pagar o procedimento.

“Meu sonho é poder devolver o dinheiro da cirurgia aos meus avós”, conta Mayla.

Sofia Albuquerck – Foto: Arquivo pessoal

Redesignação

A cirurgia foi realizada em uma clinica privada em Blumenau, na última quarta-feira (10). A circunstância do procedimento é inédita, pois é a primeira vez que é realizada em irmãs gêmeas transexual e ao mesmo tempo.

O Dr José Martins, médico responsável pela operação das gêmeas, conta que apenas 20% dos pacientes que realizam o procedimento são do Brasil, e que esses pacientes em sua maioria, vêm de outros locais do país para a clinica de referência em Santa Catarina.

>> Gêmeas passam por cirurgia para mudança de sexo, em Blumenau

“Os pacientes precisam realizar um acompanhamento psicológico de um ano, além do tratamento hormonal. Na clinica é realizado apenas o procedimento cirúrgico”, conta Dr Martins.

Até 2020, esse procedimento era autorizado apenas em pacientes acima de 21 anos. As irmãs Mayla e Sofia, foram as primeiras a se beneficiar da alteração dessa lei. ” É uma experiência diferente e gratificante, pois são pacientes muito novas, com um histórico muito pesado de preconceito e que poderão evitar transtornos futuros e aproveitar essa realização”, declara Dr Martins.

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