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“Eu jamais trairei aquilo que falei na campanha”, afirma Esperidião Amin no Ponto & Contraponto

E para quem perdeu o programa completo, acompanhe o conteúdo na íntegra

• Atualizado

Vitória Hasckel

Por Vitória Hasckel

Foto: SCC SBT
Foto: SCC SBT

O entrevistado da semana no Ponto e Contraponto deste sábado (15) foi com senador Esperidião Amin (PP-SC). O jornalista e comentarista político Prisco Paraíso questionou o senador sobre o impacto dos dois processos de Impeachment contra o governador Carlos Moisés e os rumos da política e da economia catarinense.

Além disso, Amin, que foi duas vezes prefeito de Florianópolis, duas vezes Senador Federal e uma Deputado Federal por SC, e governou o Estado entre 1983 e 1987, falou sobre a importância do desenvolvimento tecnológico, da reindustrialização e da agroindústria no Estado. Relembrou ainda momentos importantes de sua carreira e falou sobre seu futuro político.

Logo no início da entrevista, ao ser questionado por Prisco Paraíso se o senador visa se candidatar ao governo do Estado, pela quinta vez, na próxima eleição, Esperidião Amin disse não ser o momento certo desejar ser candidato neste momento, onde Santa Catarina vem passando por dificuldades.

Olha, eu queria ter tempo pra poder escrever alguma coisa, pra poder me dedicar a outras atividades que a da política que me absorve, né? Acho que falar em candidatura a governador hoje, quem falar ou quem agir acintosamente nesse sentido, tá desconectado com a realidade do Brasil e de Santa Catarina. Agora, em março, eu quero que o meu partido tenha candidato a governador. Esse é meu projeto, que meu partido tem que ter candidato. 

Esperidião Amin.

– Em toda sua trajetória, qual foi o cargo e qual foi a atuação que mais lhe realizou e que considera foi o mais importante pra Santa Catarina?

Eu fui prefeito de Florianópolis, de 1975 a 1978. Foi o meu batismo, não é? Eu não fui eleito, fui indicado pelo governador num momento de grande crise da nossa Prefeitura, da administração municipal, e talvez tenha sido o período de mais intensa interação com o cidadão.  Eu assumi com 27 anos e compusemos uma equipe de trinta anos de idade na média. Criamos uma equipe improvisada, mas que foi muito bem sucedida. (…) Poder dialogar, perceber o problema, procurar resolver, colher o resultado, isso nenhuma função dá, com tanta presteza e sem intermediários, quanto a Prefeitura. (…) Essa pessoalidade, esse contato pessoal, nunca mais eu vou ter igual.

-Esperidião Amin se distanciou de Bolsonaro? Bolsonaro se distanciou de Esperidião Amin? Ou não dá pra ser fiel escudeiro dele com esse temperamento que ele tem? 

Eu jamais trairei aquilo que eu falei na campanha: não haverá em Brasília ninguém, nenhuma organização e nenhuma pessoa que me faça ferir aquilo que tá na minha consciência como sendo lealdade a Santa Catarina. Então, eu não posso concordar com tudo aquilo que o governo faz. Por exemplo, neste momento, eu posso concordar com os cortes nas obras federais? ficar calado? Ou como diz o Hélio Costa, Ficar agarradinho? Então eu quero ter essa liberdade de criticar. (…) Agora isso não significa ser desleal, com a pessoa, com amigo, com o Presidente da República, que eu quero aqui dizer, é um homem honesto, sem dúvida. 

Esperidião Amin

-O PP está no governo Carlos Moisés e O MDB também. Isso não quer dizer que não vão ter candidatos, evidentemente. O deputado João Amin, seu filho, sempre foi contrário a esse encaminhamento. O senador e a deputada Ângela, nem tanto. Como é que é isso? Como é que é administrar isso familiarmente?

Bom, familiar, eu não posso dizer que eu tenha sido um filho muito obediente nos aspectos de política e de atividade. Então, eu tenho que respeitar as posições, tanto da Ângela, que tem um estilo e um jeito de pensar diferente do meu, disciplinada, determinada. O João tenho que respeitar, ele está com quarenta anos de idade. Ele tem a sua determinação pessoal e eu respeito. Então, familiarmente isso é fácil pra mim, porque eu também já vivi essa dificuldade e não vou ter um tratamento, não vou dispensar, um tratamento diferente daquele de liberdade. Claro que a gente conversa, mas não quer dizer que tenha que dizer amém. Agora, quanto a integrar o governo, nós decidimos partidariamente. Nós liberamos partidariamente, eu participei, o João tem a sua posição, mas eu participei.

-Qual a sua avaliação pro comportamento da Alesc no episódio de impeachment? 

Isso é uma forçação de barra, num momento dramático. É um projeto político. (…) Não vou dizer que foi uma crueldade só. Foi um erro de cálculo politicamente. (…) Com a Covid-19, momento trágico pro Brasil, vai haver muita investigação sobre dinheiro mal aplicado, mas eu acho que isso deveria ser feito depois de nós ganharmos a guerra. Houve um projeto político aqui, quase que bizarro no que toca aos procuradores, bizarro, a procuradoria tem sido uma guardiã eficaz do estado de Santa Catarina. Não, e outra coisa. Foi exposta a execução. Essa parte está esclarecida. Agora, o que não tá esclarecido é pra onde é que foi o dinheiro. O impeachment foi um projeto político que não deu certo, mas feito num momento de tragédia mundial.

– Além de perder o foco do enfrentamento do coronavírus, o prejuízo social, emprego, quebradeira de empresas renda do catarinense. O que que você me diz sobre? 

Neste período de julho do ano passado pra cá, se discutiu, volume de recurso pra nossas rodovias? Inclusão ou não de Santa Catarina no plano ferroviário nacional? E as audiências públicas para o aeroporto de Navegantes? Como é que você vai ter um governo articulado para tratar desses assuntos? No momento que este governo está submetido a uma CPI, a um processo de impeachment. Então, foi uma dispersão de energia, sem dúvida. Santa Catarina foi imensamente prejudicada. 

Como que vai ser a perspectiva dele, retornando ao governo? O que que o Senador vislumbra daqui pra frente depois de toda essa situação? 

Eu confio que nós vamos poder recuperar o que foi perdido pela nossa dispersão de atenção do Governo no ano passado. Nós vamos ter que fazer um esforço solidário para recuperar o tempo e as oportunidades perdidas. Me faz lembrar a enchente de oitenta e três. Quem reconstruiu o Estado foi o Governo? Quem reconstruiu o Estado foi a garra, a determinação, o empreendedorismo, a valentia do povo catarinense. A economia catarinense, pela sua diversidade. O Brasil seria muito melhor se fosse mais parecido com o Santa Catarina. O que nós temos que ter agora é a capacidade e a humildade de nos aproximar mais do povo catarinense, do empresário, trabalhador. Houve um desvio de rota e agora temos que reformar tem que ser retomada.

-Em função do impeachment, a nossa reforma da previdência não foi aprovada ano passado. Agora uma nova reforma vai ser encaminhada a assembleia. Isso é absolutamente prioritário, né? 

Isso não é prioritário, isso é retardatário.

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