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Aumento de preços

Gasolina: existe maneira de continuar abastecendo dentro do orçamento?

Levantamento do SBT News traz a resposta e mostra variação dos preços nas capitais

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Imagem Ilustrativa. Foto: Pexel
Imagem Ilustrativa. Foto: Pexel

Abastecer no Brasil virou um desafio com os constantes aumentos de preços da gasolina do etanol, e até do diesel. O brasileiro se sente desafiado para poder conseguir manter o carro com o tanque cheio.

O SBT News fez um levantamento do preço médio dos preços nas 27 capitais que mostra a variação do custo da gasolina.

Segundo o Sistema de Levantamento de Preços da Agência Nacional do Petróleo (SLP/ANP), o valor varia no preço mínimo de R$ 5,099, em São Paulo, até R$ 6,999 no Rio de Janeiro.

Além do Rio, Maceió (R$ 6,799), Brasília (R$ 6,699), Goiânia (R$ 6,499) e Vitória (R$ 6,399) se destacam entre as capitais com os preços do litro da gasolina mais altos do país.

Já São Paulo (R$ 5,099), Macapá (R$ 5,11), Florianópolis (R$ 5,399) e Curitiba (R$ 5,499) estão entre as cidades com o preço do combustível mais em conta.

A reportagem do SBT News consultou um especialista em economia para falar sobre essa situação de alta contínua nos preços dos combustíveis e seus impactos.

Segundo o professor Jorge Nogueira, da Universidade de Brasília (UnB), existem várias razões para que isso ocorra.

Entre os problemas estão o preço do barril do petróleo é um preço internacional que é fixado por um cartel dos países produtores do petróleo -neste caso a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que estão tomando certos cuidados para manter o lucro das empresas que fazem parte deste grupo.

“Ano passado, durante todo o isolamento social, a queda da demanda por petróleo, a OPEP correu e reduziu rapidamente a produção, mantendo o preço. Com a recuperação da economia mundial, a OPEP está mantendo o preço”, explicou Nogueira.

Os preços não afetam apenas o Brasil, mas países como Equador, Índia e Canadá também têm sentido o impacto do aumento do preço do barril de petróleo e com isso refletindo em toda a cadeia econômica.

Além disso, o economista afirma, que, além do preço internacional do barril de petróleo, a taxa de câmbio interna ajuda a impactar e aumentar o valor do preço dos combustíveis no país e isso ajuda a explicar o aumento repentino do valor do insumo.

“Em cima desse preço de cartel, você tem que considerar que ao refletir o preço internacional do barril do petróleo, em moeda nacional, em real. Você vai multiplicar por uma taxa de cambio. A taxa de cambio está com valor caminhando para 6 reais por dólar. Então, o barril de petróleo em reais está com valor muito elevado”, detalha o especialista.

Mercado internacional

No entanto, não é só o valor do preço externo que ajuda impactar, mas também o economista ressalta que o Brasil tem a política de paridade de preço do combustível, ou seja, o preço do produto fora do país torna-se equiparado com os custos praticados no mercado internacional.

Como a Petrobras é uma empresa de capital misto, com ações na bolsa de valores, a companhia visa o lucro, e, com isso, observou uma oportunidade de vender mais gasolina e óleo diesel para fora do Brasil, mesmo que estes combustíveis sejam produzidos em sua grande parte com petróleo brasileiro, com isso, vendendo o produto em dólar e gerando mais lucros em reais.

Foto: SBT News

“Como se o combustível tivesse sendo importado ou como se estivesse sendo vendido para o mercado internacional e isso faz com que o preço acompanhe muito as flutuações e as mudanças de comportamento da OPEP e a taxa de cambio do Brasil”, destacou Nogueira.

Impacto da Inflação

Além disso, outro problema apontado é que nos últimos 12 meses o combustível subiu 37%, e apenas neste ano, o insumo subiu 27,5%. Com isso, gerando impacto não apenas no tanque, mas em toda a cadeia econômica que depende do uso da gasolina, como distribuição de produtos, alimentos e serviços. Sendo assim, o custo deste aumento é repassado para o consumidor. 

“Vamos pegar 40% de aumento para arredondar. Se alguém está produzindo ou fazendo alguma coisa, usa combustível. E isso representa 10% do total de custo da produção. Ou seja, esse aumento de 40% vai ter impacto de aumento (nos serviços) de no mínimo 4% sobre o preço de custo de produção”, disse o especialista da UnB.

Solução para aumentos

A recomendação do economista é fazer o cálculo de desempenho do álcool e da gasolina, comparar os preços e escolher a melhor combinação para ajudar a manter o consumo de combustível dentro dos limites do bolso.

“Neste momento de preços altos, vamos ter certo controle no uso dos combustíveis, e buscar ver se podemos ter alternativas de manter este gasto de combustível, dentro da margem que não nos dificulte dentro do uso do nosso orçamento”, conclui.

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