Florianópolis tem a segunda cesta básica mais cara do Brasil
Salário mínimo necessário para manutenção de uma família de quatro pessoas é estimado em R$ 5.997,14
• Atualizado
O valor da cesta básica aumentou, em janeiro, em 16 das 17 capitais analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). As altas mais expressivas ocorreram em Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%). São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 713,86), seguida de Florianópolis (R$ 695,59), Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673). Entre as cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 507,82), João Pessoa (R$ 538,65) e Salvador (R$ 540,01).
Confira a reportagem:
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A comparação do valor da cesta em 12 meses, ou seja, entre os preços de janeiro de 2022 e os de janeiro de 2021, mostrou que as maiores altas acumuladas ocorreram em Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande (14,08%). As menores variações acumuladas foram registradas em Florianópolis (6,79%) e Belo Horizonte (6,85%).
Com base na cesta mais cara, que, em janeiro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em janeiro de 2022, o valor mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 5.997,14 ou 4,95 vezes o mínimo atual, de R$ 1.212. No último mês, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 112 horas e 20 minutos.
Em janeiro de 2022, o preço do quilo do café em pó subiu em todas as capitais em comparação com dezembro de 2021, com destaque para as variações registradas em São Paulo (17,91%), Aracaju (12,95%), Recife (12,77%) e Brasília (11,64%). A expectativa de quebra da safra 2022/2023 e os menores estoques globais de café elevaram tanto os preços internacionais quanto os preços internos. O preço do quilo do açúcar aumentou em 15 capitais e as altas oscilaram entre 0,22%, no Rio de Janeiro, e 4,66%, em Brasília. As quedas foram registradas em Florianópolis (-1,09%) e Porto Alegre (-0,22%). A baixa oferta de açúcar, devido à entressafra, elevou as cotações no varejo.
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O óleo de soja registrou aumento em 15 capitais, entre dezembro e janeiro. As maiores variações ocorreram em Belém (5,99%), Brasília (4,69%) e Campo Grande (3,31%). Vitória (-0,90%) e Aracaju (-0,69%) apresentaram redução mensal no preço médio. O clima pode afetar a oferta de soja no Brasil e, além disso, há expressiva demanda externa pelo grão e pelo óleo bruto. No varejo, os preços seguiram em trajetória de alta.
A batata, pesquisada na região centro-sul, teve o preço elevado em nove das 10 cidades em janeiro de 2022. Os maiores aumentos ocorreram em Belo Horizonte (42,12%), Rio de Janeiro (31,74%) e Goiânia (20,30%). Em Porto Alegre, houve retração de preço (-4,41%). As chuvas de janeiro atrasaram a colheita, o que causou redução na oferta e, em algumas regiões, afetou a produtividade. O valor do tomate subiu em 14 capitais, exceto nas cidades do sul. As taxas positivas oscilaram entre 2,15%, em Belém, e 47,43%, em Aracaju. No sul, a variação negativa chegou a -17,26% em Porto Alegre. As altas de preço são reflexo da menor oferta, uma vez que a área plantada de tomate foi reduzida.
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