Mundo tem quase 50 milhões de pessoas vivendo em “escravidão contemporânea”
Coreia do Norte e Eritreia lideram ranking de trabalho forçado; Brasil tem 1 milhão de pessoas na situação
• Atualizado
Um balanço da Organização Walk Free, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), apontou que 50 milhões de pessoas viviam em situação de “escravidão contemporânea” em 2021. A cifra, colhida de 160 países, apresenta um aumento de 10 milhões em relação ao contabilizado em 2016.
A definição da escravidão contemporânea inclui trabalho forçado, casamento forçado ou servil, servidão por dívida, exploração sexual comercial forçada, tráfico de pessoas, práticas análogas à escravidão e venda e exploração de crianças. Em todos os casos, é retirada a liberdade de uma pessoa de aceitar, recusar ou sair de um emprego.
Dos países analisados, a Coreia do Norte tem o maior índice de “escravos modernos” em relação ao número de habitantes: 10,4% da população. Em seguida, aparecem a Eritreia (9%), Mauritânia (3,2%), Arábia Saudita (2,1%) e Turquia (1,5%). O Brasil, por sua vez, aparece com 0,5%, o que representa 1.053.000 pessoas.
Segundo a organização, o número de pessoas nessa situação aumentou significativamente em meio à pandemia de covid-19, aos conflitos armados e aos deslocamentos provocados por questões climáticas. Isso porque, com os cenários, os governos desviaram os recursos e a atenção voltada à “escravidão moderna”, diminuindo as ações de resposta.
No geral, entre os produtos mais comercializados com a mão de obra escrava estão eletrônicos, alimentos agrícolas e roupas. O estudo aponta a responsabilidade dos países do G20, os 20 mais industrializados do mundo, que foram responsáveis pela compra de US$ 468 bilhões anuais em produtos com risco de origem no trabalho escravo.
“A escravidão moderna prospera no silêncio. Todos os dias, as pessoas são enganadas, coagidas ou forçadas a situações de exploração que não podem recusar ou sair. Todos os dias, compramos os produtos ou usamos os serviços que eles foram forçados a fazer ou oferecer sem perceber o custo humano oculto”, diz a Walk Free.
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