Santa Catarina proíbe a entrada de tilápia do Vietnã por risco sanitário

A cadeia produtiva da tilápia em Santa Catarina movimenta cerca de R$ 500 milhões apenas na primeira etapa de comercialização, quando o peixe vivo sai dos tanques. A atividade envolve uma ampla rede de fornecedores, como fábricas de ração, peixarias, frigoríficos e indústrias de processamento de filé.

No estado, aproximadamente 30 mil produtores dependem diretamente da piscicultura, setor no qual Santa Catarina ocupa a quarta posição nacional. No cenário internacional, o Brasil também é o quarto maior produtor de tilápia do mundo.

Diante da relevância econômica da atividade e do risco sanitário apontado por estudos técnicos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Epagri, o Governo de Santa Catarina decidiu proibir a entrada de tilápia proveniente do Vietnã no território catarinense.

O risco está associado ao Tilapia Lake Virus (TiLV), um vírus inexistente no Brasil, mas que pode provocar mortalidades superiores a 80% em surtos, conforme os pareceres técnicos. Em países asiáticos, incluindo o Vietnã, o vírus circula amplamente desde meados da última década. Os estudos também alertam que eventuais ganhos econômicos de curto prazo não compensam o risco de comprometer a produção nacional.

A importação da tilápia vietnamita havia sido proibida no país, mas foi liberada pelo governo federal antes da conclusão da análise de risco sanitário. Segundo o governo catarinense, um contêiner do produto chegou a entrar no estado sem que essa avaliação estivesse finalizada.

Diante desse cenário, Santa Catarina aplicou o princípio da precaução e adotou a restrição estadual. A medida poderá ser reavaliada a qualquer momento, conforme o surgimento de novos dados técnicos ou científicos, e pode ser estendida a produtos originários de outros países, caso sejam identificados riscos semelhantes.

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