“Franciscus”: o testamento comovente e os pedidos humildes do Papa para seu descanso eterno

O Papa Francisco, que faleceu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, deixou um testamento marcado por simplicidade, espiritualidade e profunda devoção. Escrito em 29 de junho de 2022, o documento foi divulgado pelo Vaticano e detalha o desejo do pontífice por uma despedida sem luxo: ele pediu para ser enterrado diretamente no chão, com uma lápide sem ornamentos e a inscrição única de seu nome: Franciscus. As informações são do SBT News.

“Peço que minha tumba seja preparada no lóculo da nave lateral, entre a Capela Paulina e a Capela Sforza da referida Basílica Papal”, escreveu Francisco, referindo-se à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma — local que o acompanhou ao longo de toda sua vida espiritual. Era lá que ele costumava rezar antes e depois de cada viagem apostólica e onde fazia questão de passar após internações hospitalares.

No testamento, o papa também expressa gratidão e entrega sua dor como gesto de fé: “O sofrimento que esteve presente na parte final da minha vida, ofereci ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.”

Além de escolher o local da sepultura, Francisco determinou que os custos fossem cobertos por um benfeitor previamente indicado por ele ao Vaticano. “As despesas para a preparação da minha sepultura serão cobertas com a quantia de um benfeitor que designei”, escreveu o pontífice, citando inclusive o responsável por executar o repasse: o arcebispo Rolandas Makrickas.

O espaço indicado para o sepultamento, entre duas capelas da nave lateral, é o mesmo onde estão enterrados outros papas como Clemente VIII, Paulo V e Pio V.

Francisco encerrou o testamento com um pedido de oração e um último gesto de humildade: “Que o Senhor conceda a merecida recompensa àqueles que me quiseram bem e continuarão a rezar por mim.”

Leia o testamento na íntegra:

Em Nome da Santíssima Trindade. Amém.

Sentindo que se aproxima o entardecer da minha vida terrena e com viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar minha vontade testamentária apenas quanto ao local da minha sepultura.

Confiei sempre minha vida e o ministério sacerdotal e episcopal à Mãe de Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que meus restos mortais repousem, à espera do dia da ressurreição, na Basílica Papal de Santa Maria Maior.

Desejo que minha última viagem terrena se conclua justamente neste antiquíssimo santuário Mariano, onde costumava rezar no início e no fim de cada Viagem Apostólica, confiando com fé minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecendo-Lhe pelo cuidado dócil e materno.

Peço que minha tumba seja preparada no lóculo da nave lateral, entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza da referida Basílica Papal, como indicado no anexo em anexo.

O sepulcro deve estar na terra; simples, sem ornamentos especiais, e com a única inscrição: Franciscus.

As despesas para a preparação da minha sepultura serão cobertas com a quantia de um benfeitor que designei, a ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maggiore conforme instruções que providenciei entregar a Mons. Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Capítulo Liberiano.

Que o Senhor conceda a merecida recompensa àqueles que me quiseram bem e continuarão a rezar por mim.

O sofrimento que esteve presente na parte final da minha vida, ofereci ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.

*Com informações do SBT News.

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