CPMI pede quebra de sigilo do ‘Careca do INSS’

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS analisa nesta quinta-feira (11) a quebra de sigilo bancário de figuras centrais investigadas por suspeita de fraudes em benefícios previdenciários. Entre os alvos está José Carlos Oliveira, ex-ministro do Trabalho e da Previdência e ex-presidente do instituto, conhecido como “Careca do INSS”. A comissão também mira o Sindnapi, sindicato ligado a José Ferreira da Silva, irmão do presidente Lula, além de outros nomes que ocuparam cargos estratégicos no setor.

Os parlamentares querem acesso às movimentações financeiras de Oliveira, de Antônio Carlos Camilo Antunes, apontado como operador do esquema, e do empresário Maurício Camisotti. Também está na lista o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, que comandou a pasta entre 2023 e 2025, e Alessandro Antônio Stefanutto, ex-presidente do INSS no mesmo período. A investigação busca entender se houve omissão, conivência ou até participação direta de gestores públicos em irregularidades que geraram prejuízos bilionários aos cofres da Previdência.

Um dos pontos mais delicados envolve o Sindnapi, que além de ter requerimento para quebra de sigilo, pode ter suas movimentações analisadas pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). A suspeita é de que o sindicato, que tem forte atuação política, possa ter sido usado para intermediar ou blindar parte das operações. O envolvimento do irmão do presidente aumenta a tensão em torno do caso, que já repercute nos bastidores de Brasília.

Se aprovadas, as quebras de sigilo podem revelar o caminho do dinheiro e dar novo fôlego às investigações, abrindo espaço para responsabilizações legais e até mudanças estruturais na forma como o INSS fiscaliza e concede benefícios. A CPMI, que nasceu com a promessa de dar transparência ao sistema e cortar as brechas para fraudes, agora se transforma também em um palco de disputa política, com potencial de gerar desgaste dentro e fora do governo.

*Com informações do SBT News

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