Após seis anos, Justiça reconhece inexistência de crimes contra o ex-presidente da Multimoney
Eduardo Paul Cunha, preso em 2018 na Operação Line Up, teve o caso encerrado após decisão da 1ª Vara Federal de Florianópolis
• Atualizado
A 1ª Vara Federal de Florianópolis determinou o arquivamento da ação penal contra o empresário Eduardo Paul Cunha, ex-presidente da Multimoney Corretora de Câmbio, investigado na Operação Line Up. A decisão, proferida no dia 21 de fevereiro de 2025, levou em conta a nulidade de provas e a ausência de elementos que sustentassem a continuidade do processo criminal, conforme manifestação do Ministério Público Federal (MPF).
A operação, deflagrada em 2018, teve como base suspeitas de gestão fraudulenta e outras irregularidades financeiras. Cunha chegou a ser preso naquele ano por 90 dias, apesar de o MPF não ter solicitado a prisão preventiva. Desde então, o caso tramitava na Justiça Federal, reunindo depoimentos, relatórios do Banco Central e análises documentais.
De acordo com a decisão do juiz Nelson Gustavo Mesquita Ribeiro Alves, responsável pelo caso, a ação foi comprometida por nulidades processuais e pela contaminação das provas após a quebra de sigilo telemático decretada em 2013. O MPF considerou que os elementos coletados não sustentavam uma acusação formal e reforçou que, ao longo da existência da Multimoney, não houve autuações administrativas por parte do Banco Central.
Outro ponto que fragilizou a denúncia foi a ausência de e-mails originais que sustentariam a tese acusatória. Segundo a defesa, os documentos se referiam a procedimentos comuns do mercado cambial e nunca foram apresentados na íntegra, pois foram extraviados.
Além de Cunha, também foram investigados Manuel Craveiro da Fonseca e Wanderlei Costa. Todos tiveram os processos arquivados. O caso ficou conhecido por erros de identificação e confusão entre nomes, o que levou, no início das investigações, à associação equivocada do empresário ao ex-deputado federal Eduardo Cunha.
Com o encerramento do processo, o empresário, que atualmente vive em Itajaí, planeja produzir um podcast relatando os bastidores do caso e sua trajetória durante os seis anos de investigação.
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