Leonardo Weiss celebra bronze no JASC e projeta futuro no boxe após superar lesão grave

A medalha de bronze conquistada por Leonardo Sadi Weiss nos Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC) não veio apenas como um resultado esportivo. Para o jovem pugilista de 21 anos, de Palhoça, o pódio simboliza esperança, renascimento e a confirmação de que o sonho segue vivo, mesmo após quatro anos marcados por cirurgias, dores e incertezas.

Competindo por Balneário Camboriú na categoria até 75kg, Léo abriu a campanha vencendo o atleta de Florianópolis por decisão dos juízes. Na semifinal, encarou um adversário de Brusque, mais experiente, e acabou superado, mas deixou o ringue ovacionado. “Essa medalha não teve gosto de bronze. Teve gosto de esperança. Mostrou que, apesar de toda dificuldade e adaptação, eu ainda consigo me manter firme no sonho”, explica.

Foi, segundo o próprio atleta, o campeonato mais leve de sua carreira. Pela primeira vez, ele entrou no ringue sem o fardo do favoritismo, sem a obrigação de ser campeão, consequência direta do retorno após a fratura na vértebra L3, em 2021. “Fui pra lutar bem, ver como meu corpo reagia, fui pra me divertir. E isso fez muita diferença”, conta.

A luta fora do ringue: Dor, incerteza e fé

Houve momentos em que Leonardo acreditou que jamais voltaria a calçar as luvas. A recuperação foi lenta, dolorosa e cheia de retrocessos. “Por diversas vezes pensei que nunca mais subiria no ringue. Às vezes, nem sei explicar o que me motivou a seguir, porque parecia que tudo dizia para eu parar”, relembra.

O que manteve Léo de pé? Ele é direto: as pessoas certas no momento certo, a família, os treinadores e Deus. “O médico dizia que só de eu estar andando já era para eu agradecer. Então tudo tem um propósito. Talvez só não era a hora certa.”

Superar a lacuna de ritmo foi o maior desafio. Segundo ele, ainda treina menos do que o ideal, cerca de 60% da carga normal, mas o desempenho chamou atenção de atletas e treinadores no JASC. Alguns adversários, inclusive, lembraram do garoto franzino de 35kg que já enfrentaram anos atrás. Agora, o respeito permanece, porém com admiração extra pela resiliência.

E apesar do sofrimento, há lembranças marcantes na carreira do jovem lutador: seu maior título segue sendo o Galo de Ouro, em 2015, quando, ainda adolescente, bateu o recorde de Popó e Éder Jofre como o campeão mais jovem da história do torneio.

Sobre o JASC: resultados, desempenho e aprendizado

Nos Jogos Abertos, Leonardo disputou duas lutas:

• Quartas de final: vitória sobre o atleta de Florianópolis por decisão dos juízes.
• Semifinal: derrota equilibrada para o representante de Brusque, medalhista de prata.

O fator determinante para o resultado? A falta de ritmo, natural após tanto tempo afastado. “Um jogador de futebol perde o tempo da bola quando fica parado. No boxe é a mesma coisa. Mas era algo que eu já esperava”, justificou.

Mesmo assim, saiu elogiado por treinadores e árbitros. O bronze, para ele, vale mais que muitos ouros.

O futuro: metas, seleção e a nova fase em 2026

Leonardo já mira os próximos passos. Em 2026, a meta é clara:

• Disputar e vencer o Campeonato Catarinense;
• Garantir vaga no Campeonato Brasileiro;
• Brigar por uma vaga na Seleção Brasileira de Boxe;
• Aumentar a carga de treinos para 80%, com evolução progressiva da condição física.

“É só questão de tempo. Ano que vem promete demais”, projeta. Seu pai concorda: “Em 2026 começa de verdade a nova fase da carreira”.

Léo fora dos ringues: o garoto tranquilo do sofá

Longe das luvas e do barulho da torcida, Leonardo é quase o oposto do que se vê no ringue. Ele se define como caseiro, tranquilo e família, gosta de assistir séries, passar tempo com os pais, sair para comer com os amigos.

Futebol? Nem pensar. “Nunca fui bom, então sempre mantive distância”, brinca. Também evita outros esportes para não correr riscos desnecessários de lesão. O foco é um só: o sonho olímpico, que segue firme no horizonte.

>> Para mais notícias, siga o SCC10 no Instagram, Threads, Twitter e Facebook.