Equipe de Florianópolis leva a maior Bernunça do mundo para a São Silvestre

A Corrida Internacional de São Silvestre, a mais tradicional prova de rua da América Latina, teve um toque especial de Santa Catarina neste ano. Os catarinenses Anna Luzia Horn Cantú e o treinador Ramon Dambroz, junto com atletas da equipe Move On, cruzaram as ruas de São Paulo carregando um projeto inédito: a maior e mais rápida Bernunça do mundo, símbolo da cultura manezinha, da Ilha de Florianópolis.

Com base fixa no bairro Campeche, em Florianópolis, a Move On é uma assessoria de corrida com 12 anos de história, com alunos espalhados por todo o estado. Para a edição deste ano da São Silvestre, a equipe participou com 26 atletas, todos dentro de uma única fantasia, formando um grande cortejo esportivo-cultural ao longo dos 15 quilômetros da prova.

Uma história construída passo até chegar a São Silvestre

A Move On participa da São Silvestre desde a 94ª edição, em 2018, e esta será a sétima participação da equipe como assessoria. Logo na estreia, nasceu uma promessa entre os atletas: voltar todos os anos até a 100ª edição da prova e, na edição histórica, correr fantasiados.

Desde então, o grupo nunca deixou de retornar a São Paulo, mantendo o núcleo original da promessa e incorporando novos corredores a cada ano.

Da ideia ao símbolo: por que a Bernunça

Anna Luzia Horn Cantú conta que a equipe pensou em representar o boi-de-mamão completo, com cada atleta caracterizado como um personagem da tradição. No entanto, a multidão da São Silvestre, que neste ano reuniu mais de 50 mil corredores, poderia diluir a mensagem cultural e gerar confusões com outras manifestações populares brasileiras.

Foi então que surgiu a Bernunça. Presente exclusivamente nas brincadeiras de boi-de-mamão do sul de Santa Catarina, e especialmente forte em Florianópolis, a Bernunça se tornou “a escolha perfeita” para representar a cultura manezinha na maior corrida de rua do Brasil. “Queríamos levar algo que fosse imediatamente identificado como nosso, da nossa terra”, destaca Anna Luzia Horn Cantú.

Conhecida nas provas pelo apelido de “cardume fluorescente”, a Move On tem como marca registrada a cor amarelo neon. A Bernunça, claro, não poderia ser diferente. Além de mostrar a identidade da equipe, a cor facilita a visualização e chama ainda mais atenção ao longo do percurso.

Mais celebração do que performance na São Silvestre

Para este ano, a proposta foi abrir mão do ritmo e da performance em favor da experiência coletiva. A São Silvestre é encarada pela equipe como um ritual de encerramento do ano esportivo, um momento de celebração.

Os atletas realizaram treinos conjuntos dentro da Bernunça para manter um ritmo único, compatível com todos. O grupo priorizou a segurança, integração e diversão. Segundo Anna, a ideia foi simples e poderosa: espalhar alegria, sorrisos e cultura catarinense pelas ruas de São Paulo.

Esporte e cultura catarinense na São Silvestre

Realizada desde 1925, a São Silvestre é um evento simbólico, que mistura esporte, resistência, emoção e tradição. Ao longo de quase um século, já reuniu grandes nomes do atletismo mundial e milhares de corredores amadores.

A Bernunça, por sua vez, é um personagem folclórico trazido pelos colonizadores açorianos e reinventado em Florianópolis. Colorida, brincalhona e cheia de movimento, representa alegria, medo, fantasia e o encanto pelo desconhecido, com seu corpo comprido de tecido e sua grande boca articulada.

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