Clubes da Série A divulgam nota conjunta em defesa do gramado sintético
Atlético-MG, Athletico-PR, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras criticam equívocos no debate e reforçam que piso artificial segue normas internacionais.
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A discussão sobre o uso de gramado sintético no futebol brasileiro ganhou um novo capítulo na manhã desta quinta-feira (11). Cinco clubes da Série A Atlético-MG, Athletico-PR, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras divulgaram uma nota conjunta nas redes sociais defendendo o modelo adotado em seus estádios.
O posicionamento ocorre dois dias depois de o Flamengo encaminhar à CBF uma proposta para a retirada gradativa dos gramados sintéticos das Séries A e B. O clube carioca sugere uma transição até o fim de 2027 na Primeira Divisão e de 2028 na segunda, argumentando que a padronização dos campos e melhores condições esportivas seriam essenciais para o futebol nacional.
No comunicado divulgado, os cinco clubes afirmam que o debate tem sido conduzido de maneira equivocada e que críticas ao gramado sintético ignoram problemas históricos dos campos naturais no Brasil. Segundo eles, o piso artificial é utilizado de forma responsável, regulamentada e alinhada às práticas internacionais.
A discussão ganhou força nos últimos meses após manifestações de dirigentes, comissões técnicas e integrantes da área médica. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, voltou a defender o sintético e rebateu críticas feitas recentemente. “Infelizmente, essa discussão vem sendo pautada pelo clubismo. Não há qualquer evidência científica de que os campos sintéticos aumentem o risco de lesão aos atletas“, afirma.
Atualmente, Atlético-MG, Botafogo e Palmeiras utilizam o piso artificial na Série A. Em 2026, Athletico-PR e Chapecoense também farão parte desse grupo, o que deve intensificar ainda mais o debate nos bastidores do futebol brasileiro.
Comunicado oficial divulgado pelos clubes
“Diante das recentes declarações públicas sobre a utilização de gramados sintéticos no futebol brasileiro, Athletico Paranaense, Atlético, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras reafirmam sua posição em defesa dessa tecnologia, adotada de forma responsável, regulamentada e alinhada às melhores práticas internacionais“, afirma.
Em primeiro lugar, é imprescindível reconhecer que não existe padronização de gramados no Brasil. Ignorar esse fato e direcionar críticas exclusivamente aos gramados sintéticos reduz um debate complexo a uma narrativa simplificada, injusta e tecnicamente equivocada.
Também reiteramos que um gramado sintético de alta performance supera, em diversos aspectos, os campos naturais em más condições presentes em parte significativa dos estádios do país.
É igualmente importante esclarecer que não há qualquer estudo científico conclusivo que comprove aumento de lesões provocado pelos gramados sintéticos modernos.
O tema da qualidade dos gramados é legítimo, saudável e necessário. Porém, deve ser conduzido com responsabilidade, dados objetivos e conhecimento técnico e não com narrativas que distorcem a realidade, desinformam o público e desconsideram a complexidade do assunto.
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*Sob supervisão do editor Pedro Corrêa
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