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Inovação

“O timing é uma arte”: saiba a importância do tempo certo

O tempo é mais importante que a criatividade.

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: Carmen A Zaglul
Foto: Carmen A Zaglul

Ontem assisti o CEO e fundador do Sylvain, Alan Sylvain. O CEO argumenta que criatividade e inovação não significam nada sem um timing relevante. Mesmo as melhores ideias fracassarão se forem lançadas no contexto errado. Então, como as empresas podem realmente entender o apetite cultural de hoje sem se distrair com a novidade perpétua?

Em números: 95% dos professores acreditam que a criatividade é uma habilidade valiosa para o futuro dos alunos. 72% dos pais, disseram que a criatividade é especialmente importante para ensinar as crianças. 65% dos CEOs disseram que as habilidades de criatividade são muito importantes bem mais do que a inteligência emocional e as habilidades tecnológicas.

A criatividade é mais importante do que a inteligência emocional? Realmente a criatividade é importante, mas é provável como cultura tenhamos valorado o poder da criatividade a todo custo. No mundo dos negócios, a criatividade ganha vida nesse conceito que chamamos de inovação. E entendemos a inovação como novos produtos, baseados no que acreditamos que as pessoas desejam.

E assim cada dia milhões de coisas novas são lançadas e nem tempo temos de acompanhar. Em torno de US$2,4 são gastos em pesquisa e desenvolvimento. Milhares de pessoas entrando com pedidos de patente, reivindicando uma nova invenção ou uma nova tecnologia, com milhões e milhões de ideias a cada dia. No LinkedIn cada hora aumenta o número de pessoas que colocam na decisão do trabalho a palavra INOVAÇÃO. As pessoas dizem que trabalham em inovação.

E ele nos pergunta: Será que realmente estamos vendo o retorno de toda essa criatividade? Investimos tanta energia, tanto amor, que até mudamos nossos títulos? Nós nos chamamos de criativos! Mas, como cultura, realmente questionamos se um verdadeiro retorno desse investimento e criatividade?

O iPhone não foi, realmente, mudado/inovado nos últimos 10 anos, mas pela sua natureza cada ‘inovação’ é uma novidade, mas nem sempre é algo novo. Precisamos ser conscientes de que não necessariamente estamos recebendo um retorno de toda essa energia criativa. Por exemplo, a moda. No mundo da moda estamos repetindo as mesmas ideias de 20 e 30 anos atrás. É um ciclo. Igual acontece na música, ou nos filmes. Hoje nos cartazes vemos todos os filmes antigos nas suas novas versões. Mas não são novas ideias. Não são novos conceitos.

Os produtos e serviços vem com a promessa de inovação, mas isso não cria, necessariamente negócios reais ou impacto social. Nós, como cultura, não estamos alcançando a inovação. A taxa de descobertas tecnológicas e científicas disruptivas diminuiu ao longo das décadas. Há pesquisas que mostram que a quantidade de descobertas científicas de patentes diminuiu nos últimos anos. E apesar de toda essa criatividade, apesar desse boom criativo e do olhar de Elon Musk, e de estarmos indo para a lua, na verdade não estamos inventando e fazendo tanto quanto fazíamos no passado.

E o Vale do Silício é o maior culpado por esse conceito porque eles afirmam estar constantemente fazendo coisas novas ou levantando dinheiro com a ideia e nós somos os primeiros. Dos 72 unicórnios, apenas seis deles são lucrativos. É uma espécie de tragédia.

Devemos sim, valorizar a criatividade como sociedade, mas também devemos estar atentos ao momento atual. O timing é a ideia mais importante quando você lança um conceito. Tudo no nosso entorno funciona em torno do tempo. Nosso corpo inclusive. Como indivíduos, também precisamos de tempo para entender nosso lugar no mundo. E o mesmo aplica para a criatividade e a inovação. Nos esportes por exemplo, é 80% mais importante o timing do que a força.

Os Beatles teriam sido tão bem sucedidos se não fosse pelo fato da televisão ter estado penetrando tão profundamente na sociedade? Foi essa infraestrutura que permitiu que a mensagem deles se disseminara tão fortemente, junto com a tecnologia da rádio e da imprensa reproduzindo a Beatle mania ao redor do mundo. O apetite cultural necessitava dos Beatles.

Para ele inovação se resume em três coisas: clima cultural (a cultura está realmente pronta pra mim e/ou meu projeto), apetite pessoal (estou me identificando com o que meu público precisa ou quer) e infraestrutura de inovação, pois sabemos que é a tecnologia que realmente constrói e entrega. Isto é o pico de inovação. Por exemplo e-commerce, várias empresas faliram no início da década de 2000 pois não estávamos no espirito de comprar coisas pela internet, mas hoje a coisa é diferente. Ou antes de 2020 acreditamos que o QR code está morto e no meio da pandemia voltou com tudo!

Hoje estamos nesse momento com a Inteligência artificial. Estamos começando a ver a AI aplicada ao consumidor. Isso é um encontro com o pico de inovação. De novo, o tempo é mais importante que a criatividade. E como conseguimos esse pico de inovação? realmente pensando na criatividade no contexto do passado, da presença e do futuro. Nunca pensando a criatividade isoladamente. Lembrando que avaliamos tudo de acordo ao tempo.

O tempo é uma ilusão. Timing é uma arte [Einstein]

Onde estamos como cultura. O que nós precisamos? Agora? Pense na política, pense no comércio, pense na mídia, em todas essas coisas que nos unem, onde estávamos? Onde estamos indo? Pense no apetite individual? Queremos mais pertencimento? Queremos mais status? Precisamos pensar nisso constantemente pois nossas necessidades evoluem com o tempo, e precisamos pensar sobre isso no contexto da tecnologia. A maioria das ideias já existiam, então como seu produto ou ideia se ajusta nessa evolução da tecnologia? A sua ideia é um pouco ultrapassada, ou inovadora demais para a situação atual do seu entorno? E necessário saber o contexto onde ela se encaixa no tempo.

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