Carros elétricos: confira quanto custa converter os veículos e quais os benefícios
Carro elétrico é apontado como o protagonista de uma nova era da mobilidade urbana
• Atualizado
Nas últimas décadas, avanços tecnológicos vêm revolucionando a vida da população mundial. Além da criação de novas tecnologias, como o metaverso, projetos já existentes, como o de veículos elétricos, foram aprimorados e vêm ganhando cada dia mais espaço no cotidiano das pessoas. Pensados desde 1800, os carros elétricos vêm sendo apontados como o protagonista de uma nova era da mobilidade urbana.
Devido ao menor custo de produção, os carros a combustíveis, também conhecidos como veículos a combustão, são amplamente desenvolvidos e vendidos até os dias atuais. Mas desde o início dos anos 2000, preocupações crescentes com os impactos da utilização de combustíveis fósseis que provocam a emissão de gases do efeito estufa, propiciaram o aumento de pesquisas acadêmicas e investimentos públicos e privados no desenvolvimento e produção de veículos elétricos.
Os benefícios ambientais relacionados à utilização de Veículos Elétricos (VES) incluem desde a não emissão de gases poluentes, até a não exigência de trocas constantes de óleos lubrificantes do motor, que possuem grande potencial de impacto e contaminação do meio ambiente. Erwin Werner Teichmann, pesquisador e professor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), explica que é possível calcular o impacto da utilização do carro e da energia elétrica na preservação ambiental.
“Tem um apelo ecológico muito forte. Um exemplo prático é: se somar os benefícios adquiridos no caso de uma pessoa que dirige um carro elétrico por dois anos, e gera energia solar na sua residência por um período de quatro anos, equivale a plantar 22 mil metros quadrados de floresta neste período de quatro anos”, afirma o professor, que integra o projeto “Inserção de Veículos Elétricos em Frotas Públicas, através da Conversão de Veículos a Combustão para Tração Elétrica Santa Catarina”, do IFSC, e irá palestrar no Summit Cidades 2022, em Florianópolis, no dia 23 de novembro.
No evento, o professor irá dialogar com gestores públicos, estudantes, empresários e a população em geral sobre “A Conversão de Carros a Combustão para Veículos Elétricos”. Para Teichmann, um dos principais benefícios para quem deseja comprar um VE ou realizar a conversão de um veículo é a eficiência: “a diferença de eficiência é absurdamente grande. Para um carro a combustão circular pela cidade é utilizado cerca de 30% da energia disponibilizada pela gasolina, os outros 70% é jogado fora. Já a eficiência de um carro elétrico é de mais de 90%”, explica.
O professor destaca ainda que os VEs são os únicos veículos capazes de transformar parte da energia cinética do carro, gerada nos momentos que os motoristas freiam ou desaceleram, em carga para as baterias.
Mais barato:
Atualmente interessados em comprar carros elétricos no Brasil precisam desembolsar entre R$100 mil à R$1 milhão. Já o valor médio de conversão de veículos a combustão para carros elétricos é de R$ 60 mil. Contudo, segundo o professor, a médio e longo prazo é quase dez vezes mais barato dirigir um veículo elétrico.
No início do mês de Novembro, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), utilizou, em fase de testes, o carro elétrico cedido pelo projeto piloto do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) para deslocar diretores do TJ de Florianópolis à Camboriú. No trajeto de ida e volta, foram percorridos 190 quilômetros, com registro de consumo de 32,76 kW. O custo total foi de R$ 10,50, com um valor aproximado de R$ 0,05 por quilômetro vencido.
Se o mesmo percurso fosse realizado por um carro a combustão, com desempenho médio de 12 quilômetros por litro, seria gasto R$ 74,24, em uma média de R$ 0,39 por quilômetro. Neste caso, o Poder Judiciário economizou quase sete vezes mais por quilômetro rodado com a energia alternativa.
Carregamento
É possível carregar o veículo elétrico em casa? A dúvida é muito comum, e a resposta é: sim! O professor explica que a única diferença entre carregar os veículos em casa, em tomadas tradicionais, e em eletropostos, é o tempo para que a carga fique completa. Uma bateria com autonomia para 300 quilômetros levará em média 2h30 para carregar em um eletroposto, já em tomadas tradicionais levará entre 14h à 16 horas.
Quanto a duração das baterias, Erwin Teichmann destaca que o item dura cerca de dez anos, após o período, poderá ser utilizada para armazenar energia de uma residência por mais 10 anos.
Protagonismo de Santa Catarina
Para Teichmann, Santa Catarina se destaca a nível nacional, uma vez que o Estado é sede do único fabricante nacional de motores e inversores para mobilidade elétrica e da maior fábrica de motores elétricos do Brasil e uma dos maiores do mundo. O Estado conta ainda com uma ampla rede de eletropostos instalados. “Além de tudo isso, temos instituições que estão pesquisando forte e firme a mobilidade elétrica. Santa Catarina tem potencial de ser uma referência nacional em mobilidade elétrica e energia sustentável”, pontua o professor.
“Eventos como o Summit Cidades são fundamentais, pois é necessário desmitificar muitas coisas sobre mobilidade elétrica”, destaca Teichmann. A segunda edição do Summit Cidades será realizada entre os dias 23 e 25 de novembro, no Centro de Eventos Luiz Henrique da Silveira, na Capital catarinense. O evento irá abordar as temáticas de meio-ambiente, turismo, tecnologia, gestão pública, transformação digital, empreendedorismo, infraestrutura e mobilidade urbana. As inscrições para o Summit são gratuitas, mas limitadas, e devem ser realizadas no site summitcidades.com.br.
Quer receber notícias no seu whatsapp?
EU QUERO