Floripa vai atingir 90% de cobertura de esgoto até 2027 via parceria entre Casan e iniciativa privada
No modelo de negócio a Casan faz a cessão do terreno para um parceiro privado investir.
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Os índices de cobertura de esgotamento sanitário no Estado não combinam com Santa Catarina. A frase foi muito usada na última campanha eleitoral para o governo do Estado pelos candidatos, inclusive por Jorginho Mello, eleito governador com 70% dos votos do catarinense. O comentário dizia respeito à cobertura de 25% no tratamento de esgoto. Hoje, já está em 32%.
“O caminho para dar velocidade a todos os investimentos que Santa Catarina precisa fazer para atingir a universalização do saneamento é diversificar a nossa captação de recursos”, afirma Laudelino Bastos, diretor-presidente da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). A meta estabelecida por Jorginho para a estatal é chegar a 50% de cobertura de esgotamento sanitário até o final do seu governo. Segundo Laudelino, o atalho financeiro é a locação dos ativos.
Trata-se de um modelo de negócio em que a companhia de saneamento entra com a cessão do terreno para um parceiro privado investir na construção da estação de tratamento. Após 20 anos de operação, sob a supervisão da Casan, o grupo financeiro devolveria o ativo para a companhia após a recuperação do investimento feito no empreendimento.
No caso de Floripa, por exemplo, para ampliar o serviço de esgotamento sanitário oferecido à população da Capital e atingir a meta nos próximos quatro anos, o plano é construir mais quatro ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto).
Enquanto a parceria comercial é costurada, a Casan promete entregar em agosto a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) dos Ingleses e Santinho, que está há seis anos em obras.
A obra chegou a ser paralisada por cerca de 5 meses em 2021 por conta de um problema judicial com uma das empresas de engenharia. O custo da ETE está em torno de R$ 107 milhões, valor financiado junto à Jica (agência japonesa de investimentos.
Capacidade do equipamento da Casan
Assim que estiver em operação, o equipamento terá capacidade de tratar 105 litros de esgoto por segundo em nível terciário. São 58 quilômetros de rede instalada, além de estações elevatórias.
Outra frente é a Estação de Tratamento Insular de Florianópolis, que passa por ampliação para aumentar a capacidade de tratamento de esgoto de 296 litros por segundo para 612 L/s.
Atualmente 75,98% das edificações da área urbana da Capital possuem esgoto tratado nas ETEs. A expectativa da Companhia é estender a infraestrutura de saneamento para 91,88% da população urbana até 2027.
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ETE provoca mau cheiro. Mito ou verdade?
O que vem a sua cabeça quando pensa em Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs)? É comum associá-las ao mau cheiro e ao odor desagradável. Contudo, os locais, responsáveis por recolher e tratar os poluentes da cidade, atuam na verdade no controle dos odores provenientes do esgoto.
O controle do cheiro, sentido devido à liberação de gases como o sulfeto de hidrogênio (H2S), nas estações de tratamento é um dos pontos mais importantes, e também mais desafiadores no processo.
As ETEs, todavia, possuem papel central na remoção dos poluentes do esgoto e na devolução do efluente tratado ao meio ambiente em conformidade com os padrões exigidos pela legislação ambiental.
Entre a chegada do esgoto às ETEs e a liberação dos efluentes tratados na natureza, o material poluente passa por processos físicos, químicos e biológicos que são vistoriados por especialistas em saúde e meio ambiente.
Ao chegarem na estação, os rejeitos passam pelo primeiro processo, onde, por processos físicos ocorre a separação das partes sólidas e líquidas do esgoto.
Durante o processo, a parte sólida será desaguada e encaminhada a um aterro sanitário. Já o líquido seguirá para outros processos biológicos e devolvido com segurança à natureza. O processo é fundamental na garantia de saúde à população e na preservação ambiental.
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