“Quando você voltar”: a busca por desaparecidos em Santa Catarina
No Estado, cerca de 1,5 mil famílias estão em busca de respostas sobre seus entes queridos
• Atualizado
Em Santa Catarina, cerca de 1,5 mil famílias estão em busca de respostas sobre seus entes queridos. Os dados são da Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas (DPPD) da Polícia Civil e do SOS Desaparecidos da Polícia Militar. É sobre esse tema a reportagem produzida pela repórter Stefanie Damazio para o jornal SCC MEIO-DIA, do SCC SBT. Por meio de depoimentos de familiares, amigos e da polícia, o espacial conta, em dois episódios, o drama de pessoas que estão em busca de desvendar as histórias daqueles que desapareceram sem deixar rastros.
“Quando você voltar”: a busca por desaparecidos em SC. Primeira parte.
Saiba mais sobre o caso de Márcio José Assink, encontrado em Criciúma.
Desaparecidos em números
Em 2021, 120 desaparecimentos foram registrados no programa, sendo que 85% deles foram solucionados. Já em 2022, dos 130 casos, 105 tiveram elucidação. Neste ano, Santa Catarina já registrou 157 desaparecimentos até o dia 30 de setembro, destes, 73% foram solucionados.
O SOS Desaparecidos, atua desde 2012 na apuração dos casos no Estado. A sede do programa fica localizada no terminal rodoviário Rita Maria no Centro de Florianópolis. Mas o atendimento é dedicado a toda Santa Catarina e até mesmo a estados vizinhos.
Veja a última parte do especial:
SC possui cerca de 1,5 mil pessoas desaparecidas; entenda o trabalho da polícia
O conceito de desaparecimento é quando alguém some sem avisar familiares, amigos ou terceiros, não importando a idade. Para a polícia, ele pode ser voluntário, causado por terceiros, por motivo de segurança ou proteção, ou ainda estar relacionado a um crime.
A lei 13.812/2019 diz que, “todo ser humano cujo paradeiro é desconhecido, não importando a causa de seu desaparecimento, até que sua recuperação e identificação tenham sido confirmadas por vias físicas ou científicas”.
Quanto tempo esperar para denunciar um desaparecimento?
O art. 3° da Lei 13.812/2019 define que a busca de pessoas desaparecidas é prioridade em caráter de urgência. Por isso, o quanto antes o caso for denunciado, melhor para as autoridades policiais. Sendo assim, não é preciso esperar 24 horas ou qualquer tempo pré-definido. Quem convive com a pessoa em questão, conhece a sua rotina e também quando algo foge a normalidade.
“Pode denunciar imediatamente! Entretanto, o que nós sempre pedimos é que a pessoa verifique todos os locais onde o desaparecido possa estar antes de efetuar a denúncia. Ligar para escola, faculdade, amigos, às vezes a pessoa em questão ficou sem bateria no celular e não consegue entrar em contato com a família para avisar onde está”, relata o delegado da DPPD, Wanderley Redondo
Como denunciar um desaparecimento?
É possível registrar um desaparecimento através do Portal Oficial do SOS Desaparecidos da Polícia Militar do Estado (www.pm.sc.gov.br/sos-desaparecidos). Além de efetuar a denúncia, o site permite que o familiar ou amigo acompanhe o caso e veja se há novas informações sobre o mesmo ou que a pessoa forneça dados sobre o desaparecido.
Existem também os telefones: (48) 3665-4715, (48) 99156-8264, (48) 98843-3152 ou o número 190 de emergência. Todos os contatos funcionam 24h por dia.
O que ocorre após a denúncia de um desaparecido?
Segundo o delegado da DPPD, Wanderley Redondo, quando a polícia recebe a denúncia os familiares são procurados pelos agentes. “Esse contato pode ser imediato ou levar dois dias ou até uma semana. Nossa demanda é muito grande. Mas sempre procuramos o familiar, pois ele tende a omitir certos fatos no registro de desaparecimento. Se a pessoa tem alguma dependência, se é agressiva, se tem depressão, tudo deve ser informado”, ressalta o delegado.
Boletim de Reaparecimento
Assim como é feito um boletim de desaparecimento, quando a pessoa é encontrada, é preciso que a família registre isto também. “Existem casos onde encontramos a pessoa e ela não quer que avisemos a sua localização para os familiares. Sempre procuramos tranquilizar os parentes e dizer que a pessoa está bem, que não é preciso se preocupar”, conta Redondo.
Nesse momento é preciso registrar que a pessoa foi encontrada através do boletim de reaparecimento. “É dado baixa e tudo o mais. Muitas vezes quando a família encontra o desaparecido, não volta para a delegacia para informar que a pessoa foi encontrada”, diz.
Veja um caso com final feliz:
O caso fica aberto até a sua elucidação
“Temos casos de 1995, estamos sempre voltando a eles e verificando se há atualizações sobre os casos. A família é essencial, para o nosso trabalho ser bem sucedido. Precisamos de dados, fotos nítidas e material biológico para podermos fazer teste de DNA”, finaliza.
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