Rua compartilhada com prioridade para o pedestre: um pilar da Cidade Pedra Branca
Esse "Novo Urbanismo" se baseia em cinco pilares que nortearam, e ainda norteiam, todo o desenvolvimento dos trabalhos
• Atualizado
De fazenda familiar a um bairro-cidade referência internacional em urbanismo sustentável, a Cidade Pedra Branca foi erguida sobre princípios sólidos e conceitos inovadores. “Havia uma parte do empreendimento a ser desenvolvida e decidimos buscar o que havia de mais moderno, considerando o que poderíamos fazer de diferente. E, então, conhecemos o ‘Novo Urbanismo’”, explica Marcelo Gomes, presidente da Cidade Pedra Branca.
E esse “Novo Urbanismo” se baseia em cinco pilares que nortearam, e ainda norteiam, todo o desenvolvimento dos trabalhos. Confira:
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PILAR 1: Densidade equilibrada – Compacta
A Cidade Pedra Branca foi planejada para acolher, num futuro próximo, 40 mil moradores, 30 mil trabalhadores e 10 mil estudantes, de forma equilibrada. A quantidade de quadras planejadas e de empreendimentos seguiu cuidadoso planejamento.
PILAR 2: Pedra Branca conectada e sustentável
Na época do lançamento do bairro, o slogan “Cidade Sustentável” acompanhava a comunicação e a divulgação do empreendimento. Porém, com o passar do tempo, entendeu-se que o conceito deveria ser ampliado, pois os moradores e usuários estavam também no foco do projeto. Assim, o slogan “urbanismo sustentável” foi adotado, tornando-se o grande ímã para atração de investidores e moradores.
PILAR 3: Prioridade ao pedestre
Na fase de planejamento, questões importantes passaram a pontuar o debate. Como o pedestre vai circular
por aqui? Qual será a velocidade dos carros? O que é, afinal, uma cidade para caminhar? Essas reflexões surgiram a partir da leitura do livro “Cidade para Pessoas”, do arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl, referência mundial no tema. Traduzida para o português com o patrocínio da Pedra Branca, a publicação foi lançada no Brasil em 2013.
“Ele entra numa escala que a gente não tinha desenhado: a do pedestre. Então, ele surge para mudar essa chave na nossa cabeça”, reconhece Marcelo. Decidiram, assim, rever todo o projeto e refazer a rua principal da nova centralidade de bairro, o que deu origem ao Passeio Pedra Branca, inaugurado em 2013. Uma nova e importante etapa era iniciada, e o conceito evoluiu para “Cidade para pessoas”.
PILAR 4: Uso misto, espaços públicos atraentes e seguros
Foto: Cidade Pedra Branca, Divulgação
“O conceito de ‘Cidade para Pessoas’ sempre esteve muito forte em nosso discurso. Sempre entendemos como é importante ter uma praça, um banco”, reforça Marcelo, argumentando que, quanto mais as pessoas usarem o espaço urbano, mais segurança ele proporcionará. Daí a decisão pela diversidade de usos, com imóveis residenciais e comerciais, oferecendo um variado mix de produtos e serviços para compras e lazer, estimulando a vida urbana durante o dia e a noite, e investindo em uma infraestrutura de segurança. Para estimular a vida urbana é necessário oferecer espaços públicos atraentes.
“Nossos produtos têm de elevar o padrão das pessoas em relação à estética. Nessa apropriação do belo, chamamos os melhores arquitetos da região. O binômio ‘estética e sustentabilidade’ era considerado o tempo todo durante o planejamento, pois são fatores que não poderiam estar dissociados”, enfatiza Marcelo.
A mistura de usos era outro pilar importante. E, nesse sentido, outra questão era recorrente: “como trazer mais empresas para cá?”.
“Começamos a transformar Palhoça e a Pedra Branca em polos atrativos para o setor da tecnologia, aproveitando a ‘onda’ que Florianópolis estava surfando na época”, revela o presidente.
PILAR 5: Criativa & Complexa
As pesquisas e estudos de campo realizados pelos empreendedores sobre o chamado Novo Urbanismo incluíram uma visita ao “Vale do Silício”, nos Estados Unidos, região que reúne as maiores empresas de tecnologia do mundo, localizada a 60 quilômetros da cidade de São Francisco. Dentre as empresas visitadas esteva a CISCO, uma das primeiras a se instalar lá, na década de 1980. Durante a conversa, o gestor da empresa confessou que os Millennials não queriam mais trabalhar lá, pois preferiam estar perto do centro e fazer tudo a pé. “E então percebemos
que era exatamente isso que estávamos oferecendo na Pedra Branca, e estava de acordo com tudo o que
vínhamos lendo até então”, revela Marcelo. “Isso é uma cidade criativa”, celebra.
Para ele, a densidade urbana é que faz a diferença.
“A grande quantidade de pessoas em um mesmo lugar faz com que elas ‘se esbarrem’ e conversem entre si. Se as pessoas param de se encontrar, ficam isoladas e perdem, também, o contato com a realidade”, reforça. E, mais uma vez, o conceito da Pedra Branca evoluiu. A Cidade Pedra Branca tornou-se, então, “Cidade Criativa”.
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