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Política

Marco Aurélio Mello critica operação contra empresários bolsonaristas

Ministro aposentado do STF, em entrevista ao SBT News, diz que país não pode ter retrocessos quanto à liberdade de expressão

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Mello classificou a operação como “extravagante” e alegou que é um porta-voz da liberdade de expressão| Carlos Moura/SCO/STF, via SBT News
Mello classificou a operação como “extravagante” e alegou que é um porta-voz da liberdade de expressão| Carlos Moura/SCO/STF, via SBT News

Após a Polícia Federal deflagrar nesta quarta-feira (23) uma operação contra empresários bolsonaristas, que enviaram mensagens com teor golpista em aplicativos de mensagens, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, diz que ficou “atônito” com a ação da PF. 

Ao SBT News, ele afirmou que não imaginava que mandados de busca e apreensão seriam emitidos após a divulgação das mensagens pelo Portal Metrópoles na última sexta-feira (19). Segundo ele, “a tônica em um Estado democrático de Direito é a liberdade de expressão, não pode haver retrocessos como o que ocorreu no Estado de exceção”, disse em referência à ditadura militar. 

Mello classificou a operação como “extravagante” e alegou que é um “arauto” [porta-voz] da liberdade de expressão. “Para mim a liberdade de expressão é algo absoluto, sou favorável à troca de ideias”, defendeu. 

O ministro aposentado do STF ainda citou uma entrevista que o procurador-geral da República, Augusto Aras, concedeu na última edição da Revista Veja, em que ele afirma, entre outros pontos,  que a liberdade de expressão é o primeiro princípio da Constituição Federal. 

Operação

A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (23) mandados de busca e apreensão em endereços de empresários que compartilharam mensagens em que defendiam um golpe de Estado caso o ex-presidente Lula vença as eleições deste ano.

As ordens de busca e apreensão são do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Não há mandados de prisão. As buscas ocorrem em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.

São alvos os empresários Luciano Hang, da Havan; Meyer Joseph Nigri, dono da Tecnisa; Afrânio Barreira Filho, do Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, dono da rede Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping; Luiz André Tissot, do Grupo Sierra; e Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii.

Todos são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Alguns deles já são alvos de processos no STF, sob condução de Moraes. O caso das ameaças de golpe foi revelado pelo site Metrópoles.

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