Youtuber aos 95 anos: moradora de Florianópolis compartilha histórias na internet

Não existe idade para começar a fazer algo novo e uma moradora do Sul de Florianópolis sabe muito bem disso. Aos 95 anos, Maria Iria, mais conhecida como Dona Diquinha, decidiu inovar e hoje compartilha sua história e experiências de vida por meio do Youtube.

Com o incentivo da filha Roseli, o canal Memórias da Dona Diquinha ganhou forma há cerca de três meses e é nesse espaço que a manezinha da ilha compartilha os relatos que se confundem com a história da cidade. Costumes de Florianópolis, receitas tradicionais e o estilo de vida de anos atrás são alguns temas que Dona Diquinha já abordou no canal.

“No período de pandemia fiquei morando a minha mãe para cuidar dela e conversávamos muito. Ela contava várias histórias e foi então que comecei a gravar no celular tudo que ela falava. Tive a ideia de criar o canal para que seu legado e suas memórias ficassem eternizadas”, afirma Roseli.

Quem acessa o Memórias da Dona Diquinha já encontra histórias da praia da Armação, curiosidades sobre o funcionamento dos engenhos de farinha, explicações detalhadas sobre a confecção de peneiras, além de lembranças sobre a prática da pesca artesanal. Nesta sexta-feira (27), Dona Diquinha vai ensinar em seu novo vídeo uma receita tradicional e muito elogiada: cuca de coco.

Youtuber aos 95 anos

Dona Diquinha diz que tem gostado de estar inserida no mundo digital para contar histórias. “Já estou adaptada a falar para as pessoas na internet porque quando minha filha grava é tudo naturalmente. Na minha cozinha, no meu jardim, na minha casa…”, conta.

Além de relembrar e registrar momentos importantes da própria história, Dona Diquinha ressalta a importância de dividir essas lembranças com inúmeras pessoas por meio da internet. “Estou gostando dessa experiência porque estou podendo contar histórias que muita gente desconhece. As pessoas estão gostando muito, isso me deixa feliz”, comemora.

Protagonismo na família e no trabalho

Dona Diquinha precisou gerenciar a família e o trabalho na década de 60. Mãe de sete filhos, ela assumiu os negócios do marido após ficar viúva aos 38 anos.

Os lucros do trabalho com a pesca, que antes eram administrados pelo marido, passaram a ser gerenciados por ela e ajudavam no pagamento das despesas da família. Mas, a nova função não fez com que ela deixasse o ofício de costureira, que era conciliado com a criação dos filhos.

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