Virgem Maria que “chora sangue” é desmascarada pelo Vaticano
Além de chorar sangue, Virgem Maria também seria responsável por multiplicar nhoques e supostos eventos sobrenaturais
• Atualizado
O suposto “milagre” chegou ao fim depois de o Vaticano ter anunciado nessa quinta-feira (27) que a Virgem Maria que chora sangue é, na verdade, falsa.
A história de uma Virgem Maria que chorava sangue vinha atraindo fiéis a Trevignano Romano, com cerca de 6 mil habitantes, que fica há 40 minutos ao Norte de Roma, capital da Itália. Além de chorar sangue, a imagem também seria responsável por multiplicar nhoques e supostos eventos sobrenaturais.
A dona da imagem é uma mulher chamada Gisella Cardia, que comprou a estátua em Medjugorje, na Bósnia e Herzegóvina há vários anos. Segundo ela, a imagem da santa sangra pelos olhos desde 2016. Além disso, Gisella também afirma que a virgem tem feito revelações privadas para ela desde essa mesma data.
Conforme a notícia se espalhou, devotos passaram a visitar a estátua todo dia 3 de cada mês, em um santuário improvisado, onde rezam o rosário, veneram a imagem, fazem confissões e escutam as últimas revelações de Gisella. Muitos dos peregrinos são locais, mas outros vêm de toda a península italiana, tornando a fama da imagem nacional.
Investigações
No ano passado, moradores céticos em relação ao sangramento da Virgem Maria chamaram um investigador particular, que se encontrou com a Polícia Militar Italiana, e supostamente apresentou evidências sugerindo que o líquido na estátua era sangue de porco.
Já uma investigação anterior, em 2020, apontou que o sangue encontrado na estátua correspondia geneticamente com o de Gisella.
Após essas investigações, Gisella gravou um vídeo onde afirmava ter presenciado fenômenos sobrenaturais, como, por exemplo, uma ocasião onde precisou alimentar 15 pessoas com apenas algumas sobras de nhoque do almoço do dia anterior, mas conforme a mulher servia as sobras, a quantidade não diminuiu, sem importar o quanto ela servia.
O que diz o Vaticano
Um relatório preliminar de uma investigação da Diocese de Civita Castellana concluiu que não há nada de sobrenatural na estátua, e essa descoberta foi confirmada pelo Vaticano na sexta-feira.
Num comunicado de 27 de junho, o departamento do Vaticano emitiu o seu primeiro decreto de acordo com um novo conjunto de normas para examinar fenômenos espirituais, lançado há dois meses para evitar confusões de crenças, principalmente na era digital.
A decisão ocorreu menos de dois meses após o Vaticano ter lançado, em maio, um novo procedimento acelerado para examinar supostas aparições marianas ou outros fenômenos espirituais, determinando que elas não serão mais consideradas sobrenaturais, mas simplesmente que nada impede o incentivo à devoção.
Com informações de Crux.
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