Um mês após rompimento na Lagoa, Casan e moradores mantêm diálogo em busca de soluções

Na manhã do dia 25 de janeiro deste ano, moradores da Servidão Manoel Luiz Duarte, na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, acordaram com uma enxurrada invadindo suas casas e arrastando seus pertences. Quem passava pela Avenida das Rendeiras, uma das principais vias de acesso ao bairro, também testemunhou o alagamento da via. O transtorno foi causado pelo rompimento de uma lagoa artificial de infiltração da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), que recebe resíduo tratado da Estação de Tratamento de Esgotos da Lagoa.

Após a enxurrada, moradores tentavam assimilar o ocorrido e contabilizar os prejuízos do desastre – que de acordo com pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) pode ter causado danos ambientais na Lagoa da Conceição – enquanto a Casan era cobrada por ações de recuperação do local e auxílio às famílias.

Dois dias depois da enxurrada, a Casan foi multada em R$ 15 milhões pela Floram, que alegou que o acidente danificou dunas e restingas no entorno da lagoa artificial, alteração ainda a qualidade da água.

Negociação com moradores

No dia 03 de fevereiro, o Ministério Público Federal (MPF) determinou que a Casan contratasse com urgência uma empresa independente para analisar os danos causados às casas das famílias. “Considerando a urgência da situação, fixo o prazo de 24 horas para comprovação de medidas eficazes”, informa o ofício do MPF encaminhado à Casan, assinado pela procuradora da República em Santa Catarina Analúcia Hartmann.

A partir disso, aconteceram reuniões entre os moradores da Servidão Manoel Luiz Duarte e representantes da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento para que as famílias fossem indenizadas e apoiadas. No último dia 19, teve início o credenciamento dos moradores para ressarcimento de despesas extraordinárias pela Companhia.

No momento, moradores da Lagoa da Conceição e representantes da Casan mantêm o diálogo para buscar soluções definitivas para o desastre. Segundo a Companhia, está sendo depositado, em cota única, um Salário Mínimo Regional (R$ 1.467,00) para cada adulto atingido, meio salário (R$ 733,50) por adolescente e ¼ (R$ 366,75) por criança. A verba se destina a ressarcimento de despesas extraordinárias de primeira necessidade e esses valores não serão descontados da indenização final.

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A Casan também garantiu aos moradores que haverá um Adiantamento Emergencial de até R$ 10 mil, com o objetivo de facilitar o retorno dos atingidos às casas para a retomada da rotina, enquanto a avaliação dos prejuízos é levantada para posterior pagamento integral.

Um vídeo feito pela Casan foi divulgado nesta quinta-feira (25) para mostrar um pouco das ações feitas no bairro atingido pelo rompimento da estação de tratamento em janeiro. Confira:

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