Tudo que se sabe até agora sobre o submersível que implodiu durante expedição
Guarda Costeira confirmou a morte de todos os passageiros após encontrar destroços da embarcação
• Atualizado
A Guarda Costeira dos Estados Unidos e Canadá anunciaram nesta quinta-feira (22) que os destroços encontrados próximos ao Titanic são do submersível Titan, que estava desaparecido desde o último domingo (18). Uma “implosão catastrófica” teria destruído a embarcação, matando os cinco passageiros a bordo.
“Em nome da Guarda Costeira dos EUA e de todo o comando unificado, ofereço minhas mais profundas condolências às famílias”, lamentou o contra-almirante John Mauger em coletiva de imprensa na tarde desta quinta.
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Estavam no submersível o bilionário britânico Hamish Harding, Shahzada Dawood, de uma das famílias mais ricas do Paquistão, e o filho, Suleman, além do submarinista francês e especialista em Titanic, Paul Henry Nargeolet, e o fundador da empresa responsável pela expedição, Stockton Rush.
O que se sabe até agora sobre a expedição com o submersível Titan e o que deu errado:
- A embarcação que desapareceu é chamada Titan. Ela submergiu às 6 horas da manhã de domingo (18) e perdeu contato com o centro de apoio cerca de uma hora e 45 minutos depois. A cápsula, que não é autônoma, tem um pouco mais de 6 metros de comprimento e 3 metros de largura e conta com um suprimento de oxigênio de 96 horas. Não há cadeiras ou assentos e o passageiros sentam-se no chão, de perna cruzada. Há apenas um banheiro.
- O submersível foi criado pela empresa OceanGate, também responsável pela expedição. Essa seria a terceira expedição tripulada da empresa aos destroços do Titanic desde 2021. Para estar lá, cada passageiro pagou cerca de US$ 250 mil (aproximadamente R$ 1,2 milhão)
- A expedição dura oito dias, de acordo com a OceanGate, e começa em St. John’s, em Newfoundland, no Canadá. Lá, os passageiros embarcam em um navio que viaja ao local do naufrágio do Titanic, a cerca de 600 km da costa, no Oceano Atlântico Norte. A viagem dura cerca de dois dias. A expedição, então, tem cinco dias para realizar o mergulho, que depende das condições meteorológicas e do mar. A bordo do Titan, os passageiros descem a 3.800 metros abaixo da superfície, algo que dura cerca de duas horas, e ficam explorando os destroços da famosa embarcação, naufragada em 1912, até o retorno à superfície, que também dura duas horas. O último dia da expedição é reservado para a viagem de volta à costa.
- As buscas pelo submersível estão sendo feitas em conjunto pelas Forças Aéreas dos Estados Unidos e do Canadá, além da Guarda Costeira de Boston e da própria OceanGate. Além disso, aeronaves também estão sendo usadas, entre elas uma aeronave P8 com capacidade de sonar subaquático. Contudo, segundo o contra-almirante da Guarda Costeira dos Estados Unidos, é um desafio conduzir buscas em uma área tão remota e profunda.
- Na tarde de terça-feira (20), os oficiais da Guarda Costeira estimaram que o Titan tinha 40 horas de oxigênio restante. Isso significa que as equipes tem até a manhã de quinta-feira (22) para encontrar o submersível e resgatar os cinco tripulantes a bordo.
- A Guarda Costeira dos Estados Unidos informou, na madrugada desta quart-feira (21), pelas redes sociais, que a Força Aérea do Canadá detectou ruídos subaquáticos na área de buscas onde submersível desapareceu e realocou as buscas.
“A aeronave canadense P-3 detectou ruídos subaquáticos na área de busca. Como resultado, as operações foram realocadas na tentativa de explorar a origem dos ruídos. Os dados também foram compartilhados com nossos especialistas da Marinha dos Estados Unidos para uma análise mais aprofundada”, disse a Guarda Costeira.
- A mobilização para salvar os cinco passageiros trouxe à tona um processo de 2018 em que um ex-funcionário da OceanGate afirma ter sido demitido injustamente por levantar questões sobre a segurança da embarcação. Segundo David Lochridge, suas preocupações se concentraram principalmente na decisão da empresa de confiar no monitoramento acústico sensível — sons de rachaduras ou estalos feitos pelo casco sob pressão — para detectar falhas, em vez de uma varredura do casco. Além disso, a embarcação foi projetada para atingir profundidades de 4.000 metros. Mas, de acordo com Lochridge, o visor de passageiros foi certificado apenas para profundidades de até 1.300 metros, e a OceanGate não teria pago para o fabricante construir um visor certificado para 4.000 metros.
- O submersível Titan não tinha GPS e era guiado por um controle de videogame que custa em média R$ 200. Um video da expedição turística da OceanGate mostra que o submarino era operado por um modelo de joystick Logitech F710, que, segundo o jornal britânico The Mirror, sofreu alterações para ser usado no veículo marinho.
- Na manhã desta quinta-feira (22) se esgotou o prazo estimado sobre o oxigênio na cabine e as chances de encontrar sobreviventes são mínimas. Ainda assim, a Marinha dos Estados Unidos, Canadá e da França intensificaram e ampliaram as buscas e informaram que vão continuar a disponibilizar todos os recursos possíveis para a operação de salvamento.
- Possíveis destroços do Titan foram encontrados próximos ao Titanic. A informação foi divulgada pela Guarda Costeira dos Estados Unidos no Twitter. “Um campo de destroços foi descoberto na área de busca por um ROV perto do Titanic. Especialistas do comando unificado estão avaliando as informações”, afirma a publicação. Uma coletiva de imprensa está marcada para esta tarde.
- A confirmação de que os destroços se tratavam de pedaços do Titan se deu na tarde desta quinta-feira (22). Segundo a Guarda Costeira dos Estados Unidos houve uma ‘explosão catastrófica’ e todos os passageiros morreram.
** Esta matéria foi atualizada às 17h04
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