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Denúncia

Tragédia prolongada: vítimas carbonizadas em acidente na BR-470 não têm corpo liberado para enterro há 5 dias

Segundo uma familiar da avó e do neto, os corpos não foram liberados porque há apenas um odontolegista na Polícia Científica de Santa Catarina e ele está de férias

• Atualizado

Giovanna Pacheco

Por Giovanna Pacheco

Foto: divulgação/Fabiana Morrete
Foto: divulgação/Fabiana Morrete

Os corpos de duas das três vítimas que morreram em um acidente na BR-470, em Apiúna, na última quarta-feira (7), não foram liberados para os familiares até esta terça-feira (13). Segundo Fabiana Morrete, familiar da avó e do neto, os corpos não foram liberados porque há apenas um odontolegista na Polícia Científica de Santa Catarina e ele está de férias.

Fabiana explica que Elisiane Aparecida Gonçalves, a avó, foi levada para Florianópolis para fazer o reconhecimento por DNA. Já a criança, Benjamin Schnaider, e Elton Jahn precisaram passar por reconhecimento de arcada dentária. “A documentação deles foi encaminhada para o IGP (Instituto Geral de Perícias) de Blumenau na quinta-feira (8) no período da manhã, e após o recebimento o corpo seria liberado em 24h, o que não aconteceu e nos passaram um novo prazo que seria segunda-feira (12)”.

Ao chegar a data do prazo, segunda-feira (12), a família foi informada que há apenas um odontolegista para atender o estado, ele está de férias e retorna nesta terça-feira (13). Segundo a Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, um odontolegista “atua nas identificações humanas ante e post morten, determinação de marcas de mordida, sexo, raça, idade e altura” a partir da cavidade oral de uma pessoa.

Segundo ela, com a volta do profissional, vão analisar e liberar os corpos com um prazo para terça (14) ou quarta-feira (15).

“A família já está sofrendo desde o acidente na BR-470 até agora, esperando o corpo para velar, toda dor e sofrimento que nunca acaba. Benjamin é um menino de apenas 5 anos, filho único, sua família, pai e mãe querem vê-lo, fazer seu velório”, lamenta Fabiana.

Perguntada pelo Portal SCC10 sobre a quantidade de odontolegistas na instituição, a assessoria da Polícia Científica de Santa Catarina, informou que não dispõe de informações.

Por nota, a Polícia Científica também informou que “a identificação civil de vítimas fatais atende a protocolos internacionais que visam a conformidade e segurança dos resultados” e que “apesar do máximo empenho em prestar os serviços com agilidade, trata-se de um processo complexo e que pode exigir semanas para sua conclusão, a depender do método necessário”.

Entenda o caso do acidente na BR-470

Um casal e uma criança morreram em grave acidente registrado na BR-470, em Apiúna, no Vale do Itajaí, na noite da última quarta-feira (7). O carro, com placas de Ibirama, colidiu frontalmente contra um caminhão de madeira, com placas de Itajaí, após invadir a pista contrária. O veículo pegou fogo após a colisão.

Relatos de populares apontam que o carro teria invadido a pista e batido contra o caminhão. O motorista do caminhão teria utilizado os extintores para tentar apagar o fogo, mas não conseguiu.

Vídeos do local mostram o carro em chamas e um caminhão carregado de madeira envolvido no acidente. Em um dos vídeos que está sendo compartilhado, um homem diz que uma família está dentro do carro em chamas. A rodovia BR-470 precisou ser fechada para o atendimento.

Confira a nota da Polícia Científica de SC na íntegra

A Polícia Científica de Santa Catarina informa que a identificação civil de vítimas fatais atende a protocolos internacionais que visam a conformidade e segurança dos resultados.

O processo técnico-científico de identificação humana utiliza inicialmente o método datiloscópico, por meio da análise de impressões digitais. Não sendo possível sua utilização, são então empregadas técnicas de antropologia forense e odontologia forense, além do uso do DNA através da genética forense.

Em casos sensíveis como o que temos em tela, apesar do máximo empenho em prestar os serviços com agilidade, de modo a liberar os corpos das vítimas a seus familiares, trata-se de um processo complexo e que pode exigir semanas para sua conclusão, a depender do método necessário.

Qualquer que seja o caso, a Polícia Científica de Santa Catarina manterá contato com familiares para imediata comunicação acerca da liberação dos corpos, tão logo sejam identificados.

Enquanto órgão de Perícia Oficial de Santa Catarina responsável pela identificação oficial de vítimas fatais no estado, a Polícia Científica reforça seu compromisso com a população em prestar serviços de qualidade e acessíveis em todas as regiões.

Veja a reportagem sobre o caso

Vídeo: SCC SBT

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