A poucos dias das eleições, candidatos ao Senado por SC falam o que farão pelas BRs 282 e 470
Duplicação da BR-470 e construção da terceira faixa da 282 vêm sendo discutidas nos últimos anos
• Atualizado
Com grande importância para Santa Catarina e para o Brasil, auxiliando no escoamento da agroindústria catarinense e ligando importantes cidades do Estado, as BRs 470 e 282 vêm sendo tema de discussões e cobranças quanto a duplicação e construção da terceira faixa, respectivamente.
Considerada a principal “artéria” do Vale do Itajaí, a BR-470 liga Navegantes, no Litoral Norte e a cidade de Camaquã, no Rio Grande do Sul, passando por importantes municípios no Vale do Itajaí e Serra catarinense. Uma das mais importantes rodovias de Santa Catarina, a BR-282 possui 600 km de extensão e atravessa o Estado, desde Florianópolis até São Miguel do Oeste, formando um corredor logístico importante para diversos setores, entre eles o de alimentos.
A construção da terceira faixa da BR-282, assim como a duplicação da BR-470 visam facilitar o trânsito de motocicletas, carros e caminhões, nas regiões, assim como reduzir congestionamentos e aumentar a segurança dos milhares de usuários que utilizam as rodovias diariamente.
Discussão sobre o assunto
Com o apelo da população, o assunto vem sendo discutido em diferentes âmbitos, desde o Congresso ao Parlamento, até em esferas estaduais. Acompanhando o debate público, em 2022, o SCC SBT iniciou a campanha “BR-282, Santa Catarina passa por aqui – A terceira faixa salva vidas”. Com o objetivo de ouvir deputados federais e senadores e entender o que se pode e deve ser feito para agilizar a obra da rodovia, foram ouvidos 12 deputados federais e três senadores.
Os representantes de SC em Brasília são fundamentais nas conquistas para o Estado, já que discutem e votam propostas referentes às áreas econômicas, como transporte, por exemplo. Responsáveis por autorizar operações financeiras do Governo Federal, os Senadores têm ainda a função de votar o Orçamento da União, que delimita os investimentos do Governo Federal em todas as áreas, incluindo os valores destinados à manutenção das rodovias federais.
Com a proximidade do primeiro turno das eleições 2022, marcado para o dia 2 de outubro, os candidatos ao Senado por Santa Catarina foram perguntados pelo SCC: Se eleitos, o que farão pelas BRs 282 e 470?
Confira as respostas dos candidatos em ordem alfabética:
- Afrânio Boppré (PSOL)
Os problemas que se arrastam em nossas rodovias decorrem da falta de compromisso dos nossos governantes. Infelizmente, quando foi montada nossa estrutura de malha viária, optou-se por excluir a modalidade ferroviária, favorecendo a lógica rodoviarista e sua cadeia produtiva e comercial. Quem perdeu e perde é Santa Catarina. É necessário estruturar os órgãos públicos com recursos financeiros e capacidades administrativas, bem como melhorar a eficiência de órgãos de controle como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Não adianta chorar o leite derramado. Para cuidar das BRs 282 e 470, assim como das demais rodovias catarinenses, é preciso dinheiro e orçamento. A prioridade orçamentária é uma escolha eminentemente política. Nossos senadores estão parados, inertes. Nosso plano de ação é reunir e mobilizar forças políticas, sociais e econômicas do nosso Estado para exigir a manutenção e as obras necessárias para as nossas rodovias. Santa Catarina tem que ter a devida atenção e ser respeitada pelos órgãos federais e estaduais.
Por Afrânio Boppré
- Celso Maldaner (MDB)
Como Senador, atuarei forte pelo crescimento da indústria, do agronegócio, do cooperativismo. Enfim, de quem produz. E, por isso mesmo, uma de minhas principais bandeiras será a melhoria da infraestrutura, fundamental para o fortalecimento de nossa economia e para a segurança de nossa gente.
A luta por recursos para Santa Catarina e, principalmente, para nossas estradas é enorme. Temos o desafio de conseguir mais investimentos para as nossas rodovias, não só as federais, mas também as estaduais. Merecemos mais atenção de Brasília. Contribuímos com muito e não temos retorno justo. No caso da BR-470, se não fosse o aporte de R$ 300 milhões do Governo do Estado na rodovia federal, o mato continuaria tomando conta de tudo. Hoje, a obra está andando de Gaspar a Indaial.
Do total de R$ 465 milhões que o Governo do Estado destinou a rodovias federais, temos também a BR-282, que foi beneficiada com R$ 50 milhões para construção de terceiras faixas. Integrante da Frente Parlamentar de Logística de Transportes e Armazenagem, como deputado federal destinei, mais de R$ 10 milhões da minha cota de emendas para contribuir com as melhorias.
Agora, é preciso ter um representante no Senado que garanta não apenas mais verbas para as nossas rodovias, mas que também garanta que os recursos que Santa Catarina investiu nas federais sejam abatidos na dívida do Estado. Temos que ser compensados pelo investimento nas nossas rodovias federais, porque é dinheiro dos catarinenses. E, no Senado, estarei à frente desta luta.
Em paralelo a toda essa discussão, é preciso ainda de uma malha ferroviária robusta. Atuei diretamente nesta defesa na Frente Parlamentar das Ferrovias e, como senador, seguirei na defesa das ferrovias Norte-Sul, Litorânea e de Integração. E, com muito trabalho, vou honrar o voto dos catarinenses como sempre fiz na vida pública. Sempre ao lado do que é correto, mantendo as mãos limpas, combatendo privilégios e regalias.
Por Celso Maldaner
- Dario Berger (PSB)
Os investimentos em infraestrutura em Santa Catarina não correspondem ao desempenho econômico do nosso estado, acima da média nacional. Contribuímos muito e recebemos pouco. A BR 282 é um exemplo disso. Conhecida como Corredor do Mercosul, é uma rodovia extremamente importante do nosso sistema rodoviário, fundamental para o escoamento da nossa riqueza e da produção agroindustrial, mas não tem a atenção e os investimentos necessários do governo federal.
Por isso, a nossa luta em Brasília é constante. Em 2017, quando presidi a Comissão de Orçamento do Congresso, fizemos nossa parte e conseguimos incluir e aprovar R$ 50 milhões no Orçamento Geral da União destinados para obras na BR 282 no trecho entre Palhoça e São Miguel do Oeste. Além disso, levei ao Diretor Geral do DNIT, general Santo Filho, a sugestão para iniciar o quanto antes a construção de terceiras faixas entre Florianópolis e Lages nos pontos mais críticos da rodovia e onde acontecem mais acidentes. Falta sensibilidade desse governo pra tirar essas obras do papel. Vou seguir cobrando e tenho certeza que em 2023, com Lula presidente, será possível iniciar as terceiras faixas já no próximo ano e projetar a duplicação. É possível fazer e nós vamos cobrar. Não é promessa, é um compromisso que assumo.
Quando assumi a Comissão de Infraestrutura, destaquei que iria priorizar a busca por soluções para os problemas históricos de infraestrutura que os catarinenses enfrentam. A BR 470 é uma verdadeira vergonha para os catarinenses, e quem me conhece sabe que essa rodovia sempre esteve na minha pauta de prioridades.
Uma rodovia de extrema importância para o desenvolvimento do nosso estado e que também sofre pelo descaso do governo federal que contingenciou e cortou grande parte dos recursos que conquistamos para dar andamento nas obras de duplicação.
Como presidente da Comissão Mista de Orçamento, também consegui incluir recursos específicos para a BR 470. Aprovamos R$ 145 milhões para as obras andarem.
Na Comissão de Infraestrutura do Senado, articulei a audiência com o ministro da Infraestrutura e o governador, onde foi assinado o convênio de cooperação entre o DNIT e o Governo de Santa Catarina para inclusão de recursos estaduais nas rodovias, entre elas, a 470, que recebeu mais R$ 300 milhões para agilizar a conclusão dos lotes, e mesmo assim o governo não vai concluir até o fim do ano.
Posso garantir que as obras só não pararam graças ao nosso empenho e o empenho de parte da bancada catarinense.
No meu segundo mandato, com Lula presidente, vou trabalhar para que a duplicação da BR 470 vá além de Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí. Precisamos levar a duplicação até Campos Novos, atendendo o setor do agronegócio que utiliza mais de mil caminhões por dia nessa rodovia para chegar até os portos catarinenses.
Continuarei erguendo minha voz para cobrar a justa retribuição dos impostos que os catarinenses mandam para Brasília.
Por Dário Berger
- Gilmar Salgado (PSTU)
Para resolver os problemas das péssimas condições de conservação aliada a lentidão na obra de duplicação das referidas BRs e para acabar com a tristeza das mortes diárias das pessoas, nossa candidatura ao senadO, defende a aceleração da conclusão da obra de duplicação, e que seja fiscalizada e controlada pelos trabalhadores em conselhos populares. E para isso ocorrer é necessário inverter a ordem de prioridades dos gastos públicos do Estado, suspendendo o pagamento da dívida ilegítima e imoral aos banqueiros, com realização de auditoria investigava.
Defendemos acabar com a isenção fiscal e subsídios as grandes empresas, que em 2021 consumiram mais de R$ 6 bilhões do orçamento do Estado e em 2022 podem chegar a R$ 15 bilhões. Além disso, Santa Catarina é um Estado rico, que em 2021 teve uma arrecadação recorde de R$ 31 bilhões. Ou seja, dinheiro tem.
Salientamos, que diferente dos demais candidatos ao Senado, o PSTU é contrário a cobrança de pedágio na referida rodovia. Outra questão importante, é a construção de ciclovias seguras. É necessário, investimentos para construir novos modais de transporte, a exemplo das ferrovias e transporte hidroviário e que não deixem nosso Estado e País refém somente do modelo rodoviário.
Defendemos a aplicação anual de 2% do Produto Interno Bruto nos diferentes modais de transporte, onde o Estado de Santa Catarina participaria desse investimento de acordo com sua participação na arrecadação de tributos que existem no país. Defende um Projeto de ferrovias que tenha como prioridade o transporte de passageiros por todo o estado e que atenda sua diversidade econômica.
Acreditamos que toda essa ampliação da infraestrutura tem que se dar respeitando os direitos e as terras indígenas e quilombolas, assim como, a preservação da natureza e suas reservas.
Por Gilmar Salgado
- Hilda Deola (PDT)
Acredito que obras essenciais, como manutenção e ampliação de rodovias tão importantes, não podem ser bondade de um candidato. As obras necessárias devem ser uma política de Estado, independente dos ocupantes dos cargos. Devem constar em Lei.
E, além do investimento nas rodovias, é preciso prever obras que desenvolvam outros modais de transporte. Principalmente o ferroviário.
Por Hilda Deola
- Jorge Seif (PL)
É sabido que a BR-282, é uma das estradas mais perigosas de Santa Catarina. Uma via tão importante, que liga Florianópolis até Paraíso, não pode ter somente 16km de pista duplicada. Iremos lutar para a destinação de recursos, que vise a duplicação do restante dessa via, fortalecendo o agronegócio da região oeste e o turismo da nossa linda Capital. Também utilizaremos nosso prestígio junto ao Governo Federal para uma atenção especial ao local.
O presidente Bolsonaro iniciou a duplicação dessa via que passa por cidades importantíssimas de Santa Catarina, como Itajaí, Blumenau, Rio do Sul, Curitibanos e Campos Novos. Conhecida como a principal artéria do Vale do Itajaí, ali é uma das principais vias de acesso ao Porto de Itajaí (segundo maior na movimentação de contâiners) e do aeroporto de Navegantes.
Já foram duplicados 30km dos 73km totais e lutaremos para que o ano que vem, possamos avançar mais um trecho.
Por Jorge Seif
- Kennedy Nunes (PTB)
De mim terá uma batida forte na cobrança de recursos para resolver esse problema grave, prometido por tantos governos e que caminham a passos lentos. Eu aprovei como deputado estadual um recurso do Governo Estadual para que não pudesse parar as obras.
Na BR 282, especificamente, é preciso a construção da terceira faixa urgente e na BR 470, não só fazer a duplicação mas humanizar ela para não ter tanto acidente. Como Senador a minha briga vai ser pelo pacto Federativo para que possamos trazer mais recursos para o estado de SC.
Por Kennedy Nunes
- Luiz Barboza (NOVO)
Investir em rodovias e infraestrutura viária vai muito além de estradas bem cuidadas. Significa também redução de acidentes, preservação da vida, economia de gastos e maior produtividade para as pessoas, que podem gastar seu tempo longe das estradas, bem como para as empresas que diminuem seus custos.
Para se ter ideia, um estudo da FIESC em parceria com a UFSC comprovou as perdas produtivas para o catarinense. Os custos logísticos das empresas em SC totalizam 14% do seu faturamento. No Brasil, esse valor alcança 11,73% e no mundo, 8%. A situação é tão precária que a estimativa, também feita pela FIESC, é que ao longo de 10 anos o prejuízo causado por acidentes ultrapassem R$ 10 bilhões.
Estamos estudando junto do candidato a Governador do NOVO, Odair Tramontin, a estadualização não apenas da 282 e 470 como de outras importantes rodovias para uma sequencial concessão à iniciativa privada. Esta solução está sendo implementada em Minas Gerais, estado também governado pelo partido NOVO.
O Estado já se provou um mal gestor, é preciso priorizar os esforços na malha rodoviária, e isso será possível com ajuda privada. É preciso buscar soluções alternativas e inovadoras, que não gerem aumento de gastos e que tornem a prestação do serviço público mais eficiente.
Por Luiz Barboza
- Raimundo Colombo (PSD)
Nosso estado cresceu muito, acima da média nacional. Em uma estrada onde antes passavam dez caminhões por minuto hoje passam 30. E a infraestrutura não cresceu na mesma velocidade. Esse é o preço do sucesso. Em Brasília, vamos buscar o melhor caminho, a melhor solução para as estradas de Santa Catarina.
Tem que ser estudada a possibilidade do pedágio. A BR-116, por exemplo, se revigorou completamente depois do pedágio. O ideal é que o governo federal faça as obras. Mas se não há condições de fazer todas as mesmo tempo, que faça algumas com recursos próprios e outras com pedágio, desde que seja um valor razoável.
A BR-470 e a BR-282 são rodovias emblemáticas. A 470 parou de receber recursos federais e é preciso corrigir isso urgentemente. E a 282 tem a característica peculiar de ser uma rodovia que, embora federal, nasce e termina em Santa Catarina, então é uma briga exclusivamente dos catarinenses.
Por Raimundo Colombo
É preciso um projeto que contemple terceira pista em alguns trechos e a duplicação em outros.
Brasília trata Santa Catarina como se aqui fosse a Suíça brasileira, sem qualquer problema. Mas temos desafios enormes de infraestrutura, como estes das rodovias, e vou buscar mais representatividade para Santa Catarina. Não temos como esperar mais.
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