Torres e Vasques são indiciados pela PF por uso indevido da PRF nas eleições de 2022
As investigações apontam que, no dia 30 de outubro de 2022, os envolvidos deram ordens ilegais
• Atualizado
Na noite desta sexta-feira (16), a Polícia Federal (PF) indiciou o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, e quatro outros policiais por suspeitas de tentarem impedir o deslocamento de eleitores no Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022.
As investigações apontam que, no dia 30 de outubro de 2022, os envolvidos deram ordens ilegais para que a PRF realizasse operações destinadas a dificultar o trânsito de eleitores que apoiavam Luiz Inácio Lula da Silva, que venceu a eleição contra o então presidente Jair Bolsonaro. Essas operações incluíram blitze policiais que se concentraram principalmente na Região Nordeste, onde Lula liderava as pesquisas.
O relatório parcial enviado pela PF à Procuradoria Geral da República (PGR) destaca que, enquanto o efetivo da PRF no Nordeste foi de 795 policiais, significativamente mais do que em outras regiões, a fiscalização de ônibus também foi muito acima da média, com 2.185 veículos parados no Nordeste, comparado a 310 no Norte e 571 no Sudeste.
Além de Torres e Vasques, foram indiciados Alfredo de Souza Lima Coelho Carrijo, Fernando de Sousa Oliveira, Leo Garrido de Salles Meira e Marília Ferreira de Alencar. As investigações revelaram que, no celular de Marília Alencar, foram encontradas fotos de um mapeamento de municípios onde Lula teve bom desempenho, sugerindo uma possível tentativa de manipulação do processo eleitoral.
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a soltura de Silvinei Vasques, que havia sido preso por aproximadamente um ano. Moraes alegou que os motivos para a prisão preventiva não eram mais válidos e impôs medidas alternativas, como tornozeleira eletrônica e proibição de uso de redes sociais.
Já Anderson Torres foi detido por quatro meses entre janeiro e maio deste ano, relacionado às investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. A detenção de Torres estava ligada à sua suposta omissão na contenção dos atos, enquanto ele era secretário de Segurança do Distrito Federal.
A defesa de Silvinei Vasques alegou que a conduta do seu cliente não se enquadra no tipo penal atribuído e expressou confiança de que o caso será arquivado. A Agência Brasil está buscando contato com as defesas de Anderson Torres e dos outros indiciados para obter seus posicionamentos.
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