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Vai piorar!

El Niño irá atingir pico em dezembro e chuvas torrenciais vão aumentar no Sul

Previsão é que o fenômeno seja particularmente forte e que o cenário será agravado pelas mudanças climáticas.

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: NOAA | Divulgação
Foto: NOAA | Divulgação

O Brasil está entre os países mais afetados pelo El Niño. Entre as principais consequências do fenômeno climático está o aumento de chuvas torrenciais no Sul e secas intensas no Norte e Nordeste. Decretado em junho, o El Niño deve atingir seu pico no Brasil em dezembro e janeiro próximos, com intensificação de secas, inundações e queimadas por todo o país..

A conclusão sobre o pico do El Niño no Brasil foi repassada por especialistas durante a mesa-redonda “Crise climática e desastres como consequência do El Niño 2023-2024: impactos observados e esperados no Brasil”, realizada nessa quinta (16), na Academia brasileira de Ciências. A previsão é que o fenômeno seja particularmente forte e que o cenário será agravado pelas mudanças climáticas.

Os especialistas abordaram ainda que o cenário brasileiro é diferente do restante do mundo, onde o pico será no primeiro semestre do ano que vem, segundo uma análise divulgada pela Organização Meteorológica Mundial, vinculada à ONU.

Temperaturas recordes

A pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Chou Sin Chan, especialista em modelagem climática, alertou que os efeitos do El Niño são sentidos também nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, tradicionalmente menos afetadas pelo fenômeno. Isso se dá principalmente pelas chamadas ondas de calor, causadas quando “domos de calor” se instalam, aprisionando massas de ar quente. É o que está ocorrendo neste momento no Brasil, levando a temperaturas recordes em várias capitais do país.

Essa é a segunda vez no ano em que diversos estados brasileiros passam por uma onda de calor. A primeira foi em setembro, considerada como uma possível consequência das anomalias climáticas resultantes do El Niño, de acordo com a professora de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina, Regina Rodrigues.

Esse cenário é agravado pelas mudanças climáticas. Num mundo mais quente, o aquecimento anormal das águas é ainda maior, levando a consequências climáticas mais graves. A tendência é de uma predominância de El Niños fortes no futuro. “Para a América do Sul isso significa fenômenos climáticos extremos ainda mais frequentes e imprevisíveis”, destacou a oceanógrafa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Regina Rodrigues.

Além das ondas de calor marinhas e terrestres, outras ocorrências resultantes das mudanças no clima são secas e enchentes. Entre as ações e medidas de adaptação para o enfrentamento da crise climática, os créditos de carbono são apontados como uma das estratégias para promover a descarbonização e incentivar práticas sustentáveis.

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