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Alargamento

“Processo de acomodação já previsto”, diz fiscal sobre ‘degraus’ na praia de BC

Imagens feitas e compartilhadas nesta quarta-feira (05), mostram a situação atual do lugar

• Atualizado

Redação

Por Redação

Em Balneário Camboriú, o mar avançou e tomou o alargamento da faixa de areia da Praia Central. Imagens feitas e compartilhadas nesta quarta-feira (05), mostram a situação atual do lugar.

Um dos fiscais da obra de recuperação da faixa de areia da Praia Central, o engenheiro Rubens Spernau, explica que as moldagens computacionais do projeto já demonstravam ser aquela região da praia (trecho final da Barra Sul), mais suscetível a uma regressão da faixa de areia imersa, portanto ele afirma que a praia está dentro das expectativas do projeto no que se refere a acomodação natural.

Foto: Chris Pinheiro/SCC SBT

“No pequeno trecho da Barra Sul, cerca de 200 metros, o, que representa menos de 3% da extensão total da Praia Central, está havendo um processo de acomodação já previsto, com empresa já contratada para obra de contenção e manutenção da berma naquele local, cuja ordem de serviço será assinada em breve”, disse Spernau.

Confira a reportagem

Vídeo: SCC News

Assista ao vídeo

Mar avança 70 metros do alargamento de BC

No último mês, o mar avançou e “tomou” cerca de 70 metros do alargamento da faixa de areia da Praia Central, em Balneário Camboriú, Litoral Norte. Com uma largura inicial de 180 metros, hoje o trecho está com 110 metros.

Imagem: câmera de segurança de Balneário Camboriú

Segundo Rubens Spernau, engenheiro e fiscal da obra de alargamento, o projeto foi executado já com uma margem de 70 metros a mais, porque havia uma previsão de erosão naquele ponto.

“A empresa contratada para fazer a modelagem e determinar o perfil de equilíbrio da areia da praia já detectou que possivelmente haveria erosão no setor Sul da praia. Isso em função da ondulação dos ventos predominantes, que são norte e nordeste, e do mole instalado ali para o canal de navegação.”

Ainda segundo Spernau, “nós fizemos esse serviço de forma preventiva e agora chegamos em um ponto de equilíbrio do que previa o projeto”. A ideia é que, mesmo assim, a prefeitura faça uma obra de contenção no setor Sul, para garantir estabilidade no local.

O biólogo, oceanógrafo e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Paulo Horta, explicou como esses processos locais interagem com a natureza: “todo aquele volume retirado, ele não desaparece, ele fica acumulado em outros lugares”.

Paulo Horta falou que é preciso avaliar os impactos dos empreendimentos, pois eles não acabam quando se encerra a dragagem. “A gente não pode ficar colocando band-aid em uma ferida grave. Isso é um processo que precisa, de fato, de uma abordagem mais complexa e que envolve intervenções que nos permitam combater as mudanças climáticas e ambientais”, complementou.

Para o oceanógrafo, João Thadeu Menezes, o projeto feito em Barra Sul recebeu uma quantidade expressiva de areia que resultou em um banco de areia:

“Lá foi colocado três vezes mais do que o restante da praia e isso fez com que formasse uma ‘barriga’. Naturalmente não há nada que segure isso, a tendência é que ela escorregue, então as ondas trazem de volta e isso forma os degraus. Com o tempo isso vai retornando ao normal”, explicou.

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