Primeira série bilíngue, com uso de Libras, de SC será gravada na Grande Florianópolis
A série retrata em cada episódio um núcleo diferente de pessoas surdas, os desafios e as situações familiares, sociais e psicológicas.
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A primeira série bilíngue, com uso de Língua Brasileira de Sinais (Libras), de Santa Catarina, será gravada no Theatro Adolpho Mello, patrimônio histórico da cidade de São José, na Grande Florianópolis.
A produção “Crisálida”, que já está na segunda temporada, retrata em cada episódio um núcleo diferente de pessoas surdas, os desafios e as situações familiares, sociais e psicológicas. O filme marcou ano passado a estreia do projeto “Cinema nos Bairros”, exibido no Parque Linear Lisboa e na Fazenda Santo Antônio.
Um dos núcleos da trama é a família de músicos de Andreia, uma personagem que não aceita a própria surdez, considerado um tema polêmico entre a comunidade surda. As cenas nas quais a moça presencia a apresentação do irmão violinista são ambientadas no Theatro Adolpho Mello.
Na produção, o Theatro recebe a introdução histórica e serpa palco de cena impactante, no episódio quatro. A personagem é interpretada por Dayane Cristina Gomes, que, na vida real, também possui surdez, um requisito para todo o elenco, pois a produção tem o compromisso em promover a pessoa surda.
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Dayana conta que já teve a experiência em produções cinematográficas, mas o Crisálida teve um peso fundamental na trajetória dela. “O Crisálida foi revolucionário para mim enquanto pessoa surda; a minha personagem é uma moça rica que estuda e tem o desejo de ouvir; é uma história forte que mudou a minha vida enquanto pessoa surda”, afirma a atriz.
A série tem dois produtos em circulação. A primeira temporada estreou em 26 de outubro de 2019, na TV Cultura. Logo depois, entrou para o catálogo da Netflix Brasil e de Portugal em 1º de maio de 2020. Após a repercussão, foi produzido um filme com o compilado da primeira produção. A segunda temporada, contemplada com o Prêmio Catarinense de Cinema 2019, estreia este ano.
“O projeto Crisálida surgiu para valorizar a cultura surda, mostrar que a libras é uma língua que pode ser difundida, para mudar a percepção tanto do Universo dos surdos, quanto das pessoas que convivem com a surdez. É um produto para para surdos e ouvintes assistirem no mesmo sofá”, explica a autora da série Alessandra da Rosa Pinho.
A série também irá falar um pouco sobre a história do teatro. E o diretor do elenco, comenta a emoção em poder mencionar na trama a história do seu ancestral. “Estamos trazendo nos textos um pouco sobre a história do teatro, a pessoa do Adolpho Mello, algo importante tanto para mim, quanto para a cultura do Estado. Como o irmão da personagem Andrea é violinista, a gente trouxe uma parte que pra mim é muito importante, porque eu sou bisneto do Adolpho Mello, esse teatro faz parte da minha família”, explica Serginho Mello.
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