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AME

Primeira criança do Brasil a fazer uso compassivo de nova medicação para AME aprovada pela Anvisa é de Santa Catarina

Risdiplam é nova opção de tratamento para doença grave rara que produz atrofia nos músculos

• Atualizado

Greici Siezemel

Por Greici Siezemel

Foto Arquivo Pessoal
Foto Arquivo Pessoal

Os pacientes com Atrofia Muscular Espinhal (AME) têm mais um medicamento aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): o Risdiplam. A aprovação significa muito para quem sofre com a atrofia, pois além de uma opção terapêutica a mais, é uma esperança para vencer a doença.

O Risdiplam é de uso oral e pode ser aplicado em casa, o que facilita a vida do paciente, que não precisa de internação. Esse é o terceiro medicamento aprovado pela Anvisa. Ele ainda não está disponível, pois os trâmites para o registro e a incorporação dele no Sistema Único de Saúde (SUS) estão em andamento. A diretora do Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal (INAME), Juliane Arndt Godoi, destaca os resultados positivos do tratamento com o Risdiplam:

“Os pacientes que utilizaram essa medicação nas pesquisas clínicas apresentaram melhoras motoras importantes. Isso significa que o curso natural da doença foi modificado. É muito importante salientar que, para a AME, o diagnóstico precoce é muito determinante, quanto antes ele é feito e iniciado algum dos tratamentos, melhores são as chances para o paciente. Por isso é fundamental incluir a AME no teste do pezinho”, destaca ela.

Diagnóstico precoce é fundamental

O neurologista Rodrigo Holanda também defende o diagnóstico precoce:

“A maior limitação do tratamento é a quantidade de neurônio motor que tem preservado no início do tratamento, isso determina quanto o paciente vai responder ao tratamento. Quando normaliza o nível da proteína a partir dos medicamentos aprovados, neurônios motores que existem são preservados. Então, se eu começar a tratar a doença lá no começo, quando o paciente tem poucos sintomas ou eles ainda não se manifestaram, ele tem todos os neurônios para preservar”.

A AME é uma doença rara grave que produz atrofia progressiva dos músculos dificultando a movimentação dos pacientes. Ela é dividida em subtipos, que vão do 1 ao 4. O primeiro é considerado o mais grave e representa cerca de 58% de todos os casos. A incidência da doença é de 1 entre 10 mil nascidos vivos.

Utilização do medicamento em Santa Catarina

A primeira criança do Brasil a receber o remédio, ainda em fase de teste, é aqui de santa Catarina. A pequena Isabella Herdt Ballmann, de quase três anos, mora em Rio Fortuna, no Sul do estado, e foi diagnosticada com Ame tipo 1 assim que nasceu. Ela usa o Risdiplam há mais de três meses e a mãe da menina, Elizete Ballmann, já percebe uma melhora no quadro.

“Alguns movimentos que ela não fazia mais, já voltou a fazer. Percebemos que ela está tendo novos pequenos movimentos nas perninhas e nos ombros, melhora no olhar e mais qualidade de vida”, conta a Elizete.

A Isabella chegou a ter outra medicação usada no tratamento à doença negada pela Justiça. A família precisou montar uma UTI na própria casa para conseguir fazer o tratamento adequado. Agora, com o uso do Risdiplam, os pequenos avanços da Isabella são comemorados por todos e a esperança se renova a cada dia.

“Eu não espero que a Isabella saia andar, ou que ela tenha grandes evoluções. Mas para nós, todo pouquinho que ela faz já é uma grande vitória. Ela já está tentando se comunicar melhor com a gente e já sabe chamar a mãe também, faz algumas proezas. Com a medicação, eu espero só a melhora na qualidade de vida dela”.

Confira matéria completa no SBT Meio-dia

https://youtu.be/_QAFm9UbDjk

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