Preço do café sobe quatro vezes mais do que a inflação
Essa alta se deve principalmente à onda de calor e às queimadas que devastaram áreas agrícolas do país
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O preço do café, uma das bebidas mais populares entre os brasileiros, subiu consideravelmente. Nos últimos 12 meses, esse aumento foi quase quatro vezes maior que a inflação, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em agosto, o preço do café moído alcançou R$ 39,63 por quilo no varejo, um recorde desde que a série histórica começou em 1997.
Essa alta se deve principalmente à onda de calor e às queimadas que devastaram áreas agrícolas do país. Entre junho e agosto, incêndios afetaram cerca de três milhões de hectares de terras rurais, gerando prejuízos próximos a R$ 15 bilhões, conforme dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A situação tem gerado preocupação entre comerciantes e consumidores. Alessandra de Carvalho, proprietária de uma padaria em São Paulo, ainda não repassou o aumento de custo aos clientes, mas admite que não sabe até quando conseguirá manter os preços. “O custo pra gente aumentou um pouquinho, e a gente vai se segurando, porque tá na expectativa de baixar de novo”, afirmou Alessandra.
Nos supermercados, o cenário é semelhante. Dona Lúcia, uma consumidora frequente de café, chegou a verificar o preço do produto, mas decidiu não comprar ao perceber o valor elevado. “Está caro demais”, comentou.
Para quem busca economizar, o economista e professor Gilberto Freire recomenda aproveitar as promoções. Ele destaca que ainda há estoques de safras anteriores, que podem ser encontrados a preços mais baixos, apesar da tendência de alta nos próximos meses. “Existem cafés torrados prontos para venda, e é possível encontrar o café da sua preferência com preços mais acessíveis”, orientou.
O aumento no preço do café não se deve apenas a problemas climáticos locais; as mudanças climáticas globais também afetam o preço do café importado do Vietnã, o que impacta o mercado brasileiro. Mesmo com os preços altos, na casa de Dona Lúcia, o consumo de café permanece inalterado. “Pode ter o calor que for que o café não diminui. Não dá pra diminuir o café, não”, afirmou, ressaltando a importância de pesquisar antes de comprar.
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