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PREOCUPANTE

População em situação de rua aumenta em 76% em SC; veja números por cidade

O aumento da população em situação de rua, além de gerar alerta para políticas públicas voltadas a esses habitantes, gera preocupação nas pessoas

• Atualizado

Rubens Felipe

Por Rubens Felipe

Carolina Sott

Por Carolina Sott

População em situação de rua aumenta em 76% em SC; veja números por cidade | Foto: Reprodução
População em situação de rua aumenta em 76% em SC; veja números por cidade | Foto: Reprodução

Segundo o levantamento da Univerdade Federal de Minas Gerais (UFMG), Santa Catarina teve um salto de 76% no número de pessoas vivendo em situação de rua.

Em dezembro de 2021, 5.678 pessoas estavam em situação de rua, já em dezembro de 2023, 9.989 pessoas estão na situação, um aumento de 4.311 pessoas em apenas dois anos.

Ainda segundo a UFMG, Florianópolis ocupa a nona posição no ranking das capitais com o maior número de pessoas em situação de rua, com 2.749 habitantes nesta situação. Já em Santa Catarina, a capital ocupa o primeiro lugar em cidades com maior população em situação de rua.

O aumento da população em situação de rua, além de gerar alerta para políticas públicas voltadas a esses habitantes, gera preocupação nas pessoas em geral: “Não é incomum as pessoas frequentarem supermercados da região e encontrar as pessoas em situação de rua pedindo dinheiro e comida, chega a ser desconfortável e até mesmo, perigoso”, disse a aposentada Rosangela Pereira.

Ranking de cidades catarinenses com maior população em situação de rua

  • 1º lugar – Florianópolis – 2.749;
  • 2º lugar – Joinville – 1.116;
  • 3º lugar – Itajaí – 644;
  • 4º lugar – Blumenau – 504;
  • 5º lugar – Balneário Camboriú – 428;
  • 6º lugar – Lages – 397;
  • 7º lugar – Criciúma – 375;
  • 8º lugar – São José – 338;
  • 9º lugar – Tubarão – 273;
  • 10º lugar – Palhoça – 217.
População em situação de rua aumenta em 76% em SC; veja números por cidade
População em situação de rua aumenta em 76% em SC; veja números por cidade | Foto: Arquivo SCC

O que dizem as cidades citadas no levantamento da UFMG?

A equipe de reportagem do Portal SCC10 entrou em contato com as dez cidades citadas pelo levantamento da Universidade Federal de Minas Gerais para esclarecimentos sobre políticas públicas voltadas as pessoas em situação de rua. Confira o que cada cidade informou:

Florianópolis

Por nota, a Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF) informou que oferece diversos serviços socioassistenciais para as pessoas em situação de rua. A administração municipal informou ainda que realiza diariamente a abordagem dessas pessoas e as encaminha para os serviços de acolhimento.

A PMF disse também que oferece aproximadamente 500 vagas em abrigos na cidade, além de alimentação no Restaurante Popular e outros benefícios por meio do Centro Pop. Florianópolis também segue a lei de internação involuntária, em que tem realizado encaminhamentos aos serviços de saúde mental do município, prestando apoio tanto na segurança, quanto no bem-estar individual e coletivo.

Joinville

O Município de Joinville informou que possui uma política pública estruturada para acolhimento, orientação e encaminhamento da população em situação de rua. O usuário recebe o encaminhamento para o auxílio que necessitar, como emissão da segunda via de documentação, mercado de trabalho e capacitação profissional, assistência à saúde e encaminhamento para o Restaurante Popular.

A prefeitura informa ainda que direciona as pessoas em situação de rua para o mercado de trabalho, através do Centro Público de Atendimento aos Trabalhadores (Cepat). A unidade auxilia na elaboração de currículos e realiza encaminhamento a cursos profissionalizantes gratuitos e vagas de emprego, entre outros serviços. A cidade possui também um Centro Pop, que oferta atendimento socioassistencial e possui um Comitê Estratégico de Ordem Pública, que envolve os poderes legislativo e judiciário e incentiva a população procurar um dos serviços listados pela prefeitura.

Blumenau

A Prefeitura Municipal de Blumenau relata que a população em situação de rua na cidade é bastante migratória e os usuários são orientados a fazer a atualização de sua situação, como mudança de cidade, superação da situação de rua, renda, entre outros.

Segundo a administração municipal, a cidade possui todos os serviços disponíveis para esta população na área da saúde com o Consultório na Rua e os Caps, na Assistência Social com a abordagem social, abrigo e Centro Pop, e na parceria com o Instituto Edificando Vidas e a Associação Família Feliz, com mais 105 vagas em abrigo e casa de passagem, totalizando 155 vagas para acolhimento.

Lages

A Prefeitura de Lages se reuniu nesta semana para debater ações para políticas públicas para as pessoas em situação de rua, entre as ações apresentadas durante a reunião para o enfrentamento dessa questão, destacam-se a criação e fortalecimento de programas de saúde específicos para ampliar o tratamento de saúde mental e dependência química, problemas frequentemente associados à situação de rua, a intensificação do trabalho das equipes de abordagem social, que identificam e encaminham as pessoas em situação de rua para os serviços de apoio, o reforço no atendimento psicológico e social, com foco na reintegração dessas pessoas à sociedade, as parcerias com o setor privado para oferecer oportunidades de emprego e qualificação profissional às pessoas que demostrem interesse e a criação de uma comissão que será responsável pela aplicação das novas medidas para diminuir esse problema social.

Criciúma

Segundo a Prefeitura de Criciúma, uma série de ações para atender as pessoas que se encontram nesse contexto vulnerável são adotadas.

A atualização o cadastro de todas as pessoas em situação de rua no município, o que vai permitir identificar, entre outras questões, a cidade de origem de cada pessoa, possibilitando a reconstrução de laços familiares quando for viável.

Além disso, a ação busca garantir que todos recebam atendimento e encaminhamento para as estruturas de acolhimento do município, como abrigos e serviços de saúde e assistência social. A humanização do sistema de atendimento será cada vez mais uma prioridade.

Palhoça

A Prefeitura de Palhoça afirmou que o número da população em situação de rua está diminuindo a cada ano e que o número informado na pesquisa da UFMG se dá pela revisão cadastral do governo federal que excluiu parte da informação do município de pessoas nessas condições. Segundo a prefeitura, em 2023, no mês de novembro, Palhoça registrou no CadÚnico 256 pessoas em situação de rua. Já em 2024, o número da pessoas em situação de rua registradas no CadÚnico é de 220 pessoas nessas condições.

Palhoça informou também que possui um Centro de Abordagem Social, na Ponte do Imaruim, para atendimento especializado para as pessoas em situação de rua. Além disso, o município conta com vagas para acolhimento em Abrigo Institucional, onde cada usuário do serviço é atendido individualmente para reconstrução da sua autonomia enquanto individuo de direitos e superação do processo de saída da situação de rua.

As cidades de Itajaí, Balneário Camboriú, São José e Tubarão foram procuradas pela equipe de reportagem do SCC10, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos retorno. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

Chapecó reduziu números de pessoas em situação de rua

A Prefeitura de Chapecó informou que dentre as maiores cidades, com mais de 200 mil habitantes, é a única que não aparece no ranking das dez cidades com maior população em situação de rua. A redução foi de 416 para 48.

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