Pesquisa de universitários brasileiros é reconhecida pela Nasa
Como reconhecimento ao projeto, os estudantes receberam medalhas do programa Artemis
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Um artigo publicado por alunos do curso de Engenharia Civil da Estácio sobre o impacto da radiação em placas solares e os efeitos térmicos na superfície de painéis solares flexíveis, foi indexado à base de dados da National Aeronautics and Space Administration – Nasa. Como reconhecimento ao estudo científico no campo da engenharia, os pesquisadores receberam medalhas do programa Artemis, em Porto Alegre.
Participaram da pesquisa e da elaboração do artigo submetido os estudantes de iniciação científica Rodrigo Krischke, que se formou no final de 2023, e Michele Machado, bolsista CNPq, sob orientação do professor do curso de Engenharia Civil Dr. André Felipe da Silva Guedes, que também é Coordenador de Pesquisa, Extensão e Internacionalização (PEI) da Estácio. O documento está disponível no Astrophysics Data System (ADS), operado pelo Smithsonian Astrophysical Observatory da Nasa.
“Receber a notícia de que o artigo foi indexado à base de dados da NASA, me fez ter a certeza de que estou no caminho certo ao estimular a pesquisa em nível de Iniciação Científica. Compartilhar o conhecimento por meio do artigo e receber este reconhecimento de ser referência da NASA, reforça ainda mais a minha responsabilidade de orientador junto às pesquisas que realizo com os estudantes de Engenharia Civil”, comenta o professor.
Durante a realização do estudo, o até então estudante, Rodrigo Krischke, realizou as análises de espectroscopia – estudo das interações entre a matéria e a radiação -, enquanto a aluna e bolsista CNPq, Michele Machado, fazia as medidas dos parâmetros elétricos. “Não buscávamos este retorno após a pesquisa, mas sabíamos o quanto o resultado obtido é relevante para as agências espaciais e empresas que buscam a exploração espacial. Estamos muito felizes por este reconhecimento”, explana André.
A pesquisa está disponível no repositório de Harvard e é referenciado pela NASA devido ao grau de importância do estudo sobre os efeitos térmicos na superfície de painéis solares flexíveis que são levados ao espaço em espaçonaves e satélites. “A motivação para a escolha do tema da pesquisa foi o uso de fontes de energias renováveis alternativas à tecnologia planar do Silício, o que nos levou a pesquisar células solares orgânicas flexíveis”, explica André.
Os painéis solares orgânicos flexíveis são uma inovação tecnológica na engenharia, pois podem ser fixados em qualquer superfície, sendo facilmente dobráveis ou retráteis, o que é primordial quando se fala de tecnologia aplicada à construção no espaço, de satélites e de estações espaciais. O professor é líder do Grupo de Pesquisa de Engenharia e Tecnologias Avançadas registrado no diretório de pesquisa do CNPq, cujas linhas de pesquisa englobam áreas de estudo correlatas à engenharia civil e outras áreas afins.
“Minha orientação com os alunos se estende desde a indicação de leitura, treinamento de uso de equipamentos de laboratório, orientação na elaboração de relatórios e na preparação de resumos e participação nas Jornadas de Iniciação Científica. A experiência do aluno é imersiva em estudos científicos, sendo oportunizada a participação em eventos nacionais e internacionais”, destaca.
Para a aluna Michele Machado, o espaço universitário traz muitas oportunidades para que os estudantes se envolvam com as pesquisas acadêmicas e científicas. “Não imaginei que a pesquisa pudesse avançar com grandes propostas e hoje é reconhecida internacionalmente. Isso mostra que cada tijolinho bem colocado pode sim contribuir para grandes projetos”, comenta.
A pesquisa e os resultados obtidos
O objetivo da pesquisa foi o de projetar e desenvolver células solares orgânicas flexíveis para conversão de energia com eficiência de 12%, mensurar os efeitos térmicos da radiação solar na superfície das células solares orgânicas flexíveis e estabelecer o percentual de redução na vida útil. Os principais resultados obtidos indicaram que a inclusão de uma camada de polianilina otimizada, denominada PANI-X1, diminuiu os efeitos da degradação oriunda da exposição solar, o que implicou em uma redução de apenas 15% na vida útil do painel solar orgânico flexível.
“Temos expectativa de que a tecnologia desenvolvida nesta pesquisa, além de contribuir para o programa espacial, também venha, num futuro próximo, a ser produzida para fins residenciais e comerciais, incentivando assim o uso de energias renováveis pela população no mundo”, finaliza esperançoso o professor.
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