Peixes são encontrados mortos em rio contaminado por ácido em Joinville
Polícia Militar Ambiental encontrou os animais sem vida em vários pontos do Rio Seco
• Atualizado
A Polícia Militar Ambiental informou que encontrou peixes mortos em alguns pontos do Rio Seco, em Joinville. A guarnição está verificando a localidade desde a manhã desta segunda-feira (29), quando um acidente envolvendo um caminhão, na Serra Dona Francisca, resultou no derramamento de ácido sulfônico no rio. Veja fotos.
Investigação
A Polícia Civil de Santa Catarina emitiu um comunicado informando que foi aberto um inquérito para apurar as causas e responsabilidades envolvendo o tombamento do caminhão. A Divisão de Crimes contra o Meio Ambiente, da DIC de Joinville, vai cuidar do caso. Segundo a nota, o local do acidente foi periciado e a empresa responsável pelo caminhão foi identificada. A investigação vai apurar ainda se havia irregularidades no transporte da carga.
Leia a nota na íntegra:
A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Divisão de Crimes contra o Meio Ambiente, da DIC de Joinville, instaurou inquérito policial para apurar causas e responsabilidades envolvendo o tombamento de um caminhão, ocorrido na manhã desta segunda-feira (29), na Serra Dona Francisca, em Joinville. O veículo transportava ácido sulfônico e, em função do acidente, o produto escorreu e chegou até o Rio Cubatão.
De acordo com a delegada Tânia Harada, responsável pela investigação, o local já periciado e a empresa responsável pelo transporte já está identificada. A delegada informou ainda que será pedida uma perícia no caminhão e o DNIT será oficiado para verificar eventual irregularidade no transporte da carga.
Nota oficial da empresa responsável pelo produto tóxico
Incidente de Vazamento de Produto Químico na SC-418
A Buschle & Lepper Distribuidora de Produtos Químicos vem a público informar que o caminhão cujo acidente na SC-418 resultou no vazamento do produto químico, transportava o Ácido Sulfônico para a unidade de distribuição de Joinville. Este insumo, utilizado para a produção de detergentes e similares, era transportado pela empresa terceirizada Transpare Transportes (Inlog). A transportadora é homologada para esta atividade pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além de possuir as certificações necessárias para o transporte de produtos químicos.
A empresa lamenta as consequências desta ocorrência para o abastecimento de água de Joinville e para o meio ambiente, informa que seus técnicos estão atuando junto ao Gabinete de Crise da Prefeitura de Joinville desde esta manhã para contribuir na busca de soluções para os danos causados e que está acompanhando junto à Inlog a identificação das causas do acidente, as providências necessárias para mitigar os impactos socioambientais e a evolução do quadro de saúde do motorista. Assessoria de Imprensa – Simone Gehrke – 47 999716117
Dano ambiental e falta de água
Em virtude do derramamento do produto tóxico no Rio Cubatão, a captação de água da Estação de Tratamento (ETA) do Cubatão foi totalmente fechada, para que o local não receba água com resíduos provenientes do acidente. Esta situação causou uma correria da população para os mercados atrás de água mineral. Muitos estabelecimentos e consumidores relatam filas enormes em busca de água.
Em contato com um grande mercado de Joinville, o SCC10 pode confirmar a grande procura pela água. De acordo com o representante do estabelecimento, as bombonas de 20 litros já acabaram no local, mas eles irão receber mais itens até às 18h desta segunda-feira (29). A situação não é diferente de outros mercados, cujos estoques estão rapidamente terminando.
O repórter, Renato Santos, do SCC-SBT de Joinville, entrevistou a secretária de assistência social do Governo do Estado, Maria Helena Zimmermann, que esteve no município para tratar do assunto. Segundo ela, não há a necessidade de pânico por parte da população. Ela ainda ressaltou que o Governo já autorizou medidas cabíveis caso o problema se agrave ainda mais.
Sem previsão para normalização no abastecimento
De acordo com o prefeito Adriano Silva, cerca de 75% das unidades consumidoras poderão ter falta de água. Ainda segundo ele, é preciso esperar que a correnteza do rio dê vazão naturalmente ao material derramado para que o abastecimento volte ao normal. Por isso, não é possível prever quando o abastecimento será normalizado.
“Por isso nós montamos um esquema com caminhões-pipa preparados para os atendimentos emergenciais, assim como também estamos dando prioridade no atendimento aos hospitais, às UPAs e às unidades básicas. A gente orienta a população de Joinville a fazer o racionamento de água”, completa.
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