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Megaoperação

Operação Squadrone: Investigações revelam ‘aliança’ entre facções do narcotráfico de SC e RS

'Aliança' entre facções do narcotráfico foram desmanteladas na megaoperação Squadrone

• Atualizado

Renato Becker

Por Renato Becker

Foto: Polícia Civil / 2° DIN/DENARCRS
Foto: Polícia Civil / 2° DIN/DENARCRS

Uma megaoperação policial deflagrada na madrugada desta quarta-feira (10) desarticulou uma quadrilha interestadual de tráfico de drogas, formadas a partir de uma ‘aliança’ entre facções em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A ação, batizada de Operação Squadrone, foi coordenada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, com apoio das Polícias Civis de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, e do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

31 prisões e R$ 5 milhões em bens apreendidos

Conforme a Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC), a operação resultou no cumprimento do mandado de prisão de 31 pessoas, incluindo um traficante português naturalizado brasileiro. Foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão, 26 bloqueios de contas bancárias e 4 ordens de restrições veiculares em quatro estados e 21 municípios. No total, foram apreendidos R$ 5 milhões em bens, incluindo dinheiro, veículos e imóveis. Estão sendo executados 104 medidas cautelares de prisões temporária, apreensões domiciliares e bloqueios de contas bancárias.

Os integrantes das facções foram presos por Associação Criminosa destinada aos crimes de Tráfico de Drogas, Porte Ilegal de Armas de Fogo e Comércio Irregular de Munições e Armas de Fogo, bloqueando contas bancárias e apreendendo bens e valores em espécie, visando à descapitalização dos grupos criminosos.

‘Aliança’ entre facções de Santa Catarina e Rio Grande do Sul

As investigações, que duraram mais de 15 meses, revelaram a existência de uma ‘aliança’ entre facções de narcotráfico: uma do Rio Grande do Sul, com origem no Vale dos Sinos, e outra de Santa Catarina, com origem na capital catarinense. As facções se uniram para aumentar o lucro com a venda de drogas, principalmente cocaína e crack.

Segunda a polícia, cerca de 100 policiais civis do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico do RS com aproximadamente 90 policiais civis de Santa Catarina.

Conforme a operação, os mandados de prisão estão sendo cumpridos simultaneamente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

Em Santa Catarina, a operação teve alvos em Balneário, Arroio do Silva, Balneário Rincão, Balneário Camboriú, Criciúma, Içara, Itajaí, Itapema, Joinville, Navegantes, Penha e Tubarão.

Já no Rio Grande do Sul, a operação ocorreu nos municípios de Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Triunfo, Sapucaia do Sul e Rio Grande. No Paraná em Foz do Iguaçú e São Miguel do Iguaçú. No Estado de São Paulo foram feitas operações em Ribeirão Preto e Itaquaquecetuba.

O Delegado Carlos Wendt, Diretor Geral do DENARC, destaca a integração entre a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, de São Paulo e do Paraná, e, principalmente, o apoio logístico fornecido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, através da DIOPI, possibilitando a realização dos trabalhos.

Traficante de luxo e ‘supermaconha’

Segundo as forças de segurança, um dos alvos da operação era um traficante português naturalizado brasileiro que ostentava vida de luxo nas redes sociais. Ele utilizava os lucros do tráfico para comprar carros de luxo, roupas de grife e viagens internacionais. Outro alvo era um preso que, mesmo recolhido na penitenciária de Rio Grande (RS), negociava a venda de “supermaconha” ou “skank” para o grupo criminoso.

A Investigação

De acordo com o Delegado Liedtke (2° Din/Denarc/RS), as investigações iniciaram há mais de quinze meses, quando um casal, um homem com antecedentes policiais no estado de Santa Catarina e uma mulher paranaense, menor de idade, foram flagrados comercializando tijolos de crack no Bairro Intercap, em Porto Alegre. A polícia prendeu os suspeitos.

A partir da prisão do casal, após autorização judicial em cautelar representada pela Autoridade Policial gaúcha, as diligências investigativas que se seguiram demonstraram a existência de uma espécie de consórcio e ‘aliança’ entre facções, dois dos principais grupos de narcotráfico do Rio Grande do Sul, com origem no Vale dos Sinos, e de Santa Catarina, com origem em Florianópolis, visando à transação e comércio de substâncias entorpecentes.

Um dos indivíduos, alvo da Operação, era responsável pela conexão entre as duas facções que realizavam vultosas negociações de entorpecentes, principalmente cocaína e crack.

Um dos líderes do alto escalão da facção criminosa de Santa Catarina acabou sendo executado por desafetos de facção rival em setembro de 2023 na cidade de Criciúma.

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