Após polêmica com prefeito, moradores de Rio do Sul fazem ato para reafirmar direitos LGBTQIA+
Segundo a organização, o evento é uma resposta ao impedimento do prefeito da cidade, José Thomé, da realização de um evento LGBTQIA+ em prédio do município
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Na manhã deste sábado, moradores da cidade de Rio do Sul fizeram uma manifestação artística no Centro da cidade para reafirmar os direitos LGBTQIA+. Segundo a organização, o evento, intitulado como “Movimento Inclua – A cidade também é nossa”, é uma resposta ao impedimento do prefeito da cidade, José Thomé (PSD), da realização de um evento LGBTQIA+ no prédio da Fundação Cultural do município.
A organização afirma que a ideia é “lutar contra a violação de direitos e, acima de tudo, para reafirmar a existência, a presença, o valor e a necessidade dessa diversidade para o desenvolvimento do nosso município”.
O evento fez debates sobre os direitos LGBTQIA+ através de performances de teatro, música, circo, artes visuais e microfone aberto, com a ideia de ser um evento pacífico, alegre e celebrativo.
O Portal SCC10 entrou em contato com a prefeitura e o espaço segue aberto para posicionamento.
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Entenda o caso que gerou debate sobre direitos LGBTQIA+
O prefeito de Rio do Sul, José Thomé (PSD), publicou no dia 27 de março um vídeo que tem repercutido nas redes sociais. No vídeo, ele diz que não vai permitir que um evento LGBTQIA+ ocorra em um prédio da Fundação Cultural do município.
Ele afirma que a decisão é uma questão de respeito aos princípios cristãos e não de preconceito ou ponto de vista político partidário. O chefe do executivo municipal ainda classifica a homossexualidade como uma “escolha” e não como uma orientação sexual e a associa como uma “prática”.
“Eu não posso permitir isso, enquanto prefeito da nossa cidade, repito que respeito a escolha, porém não admito que o poder público seja o incentivador desse tipo de prática. Por isso, em Rio do Sul isso não vai ocorrer. Em eventos prédios públicos, com certeza não. […] Respeito, sim. Apologia e incentivo, com certeza, vai na contramão daquilo que devemos defender enquanto cidade, família, religião e bons princípios”
O prefeito, que estava de férias na época, também critica no vídeo a Fundação Catarinense de Cultura, dizendo que o preocupa o fato de a instituição estar financiando o evento LGBTQIA+. Procurada pela reportagem, a Fundação informa que “o projeto foi contemplado por meio do Prêmio Catarinense de Cinema 2022, que é um edital previsto em lei. O resultado é publicado a partir das notas dadas por uma comissão avaliadora, formada por membros residentes fora de Santa Catarina, contratados também por edital. Portanto, a FCC não influencia no resultado final”.
A Fundação Cultural do município também se manifesta por nota e informa que o evento não ocorrerá mais nas dependências da instituição, “como havia sido anunciado pelos organizadores“.
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