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Menino de 3 anos é levado de SC a Curitiba em helicóptero para transplante de rim

Em apenas 18 minutos, a mãe e o menino desembarcaram no aeroporto do Bacacheri, em Curitiba

• Atualizado

Sarah Falcão

Por Sarah Falcão

Foto: reprodução | PRF
Foto: reprodução | PRF

Um menino de três anos foi transportado por um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na manhã desta terça-feira (29), até Curitiba para um transplante urgente de rim.

A ação iniciou em Blumenau, após a equipe médica do hospital acionar as autoridades. O pai e a mãe da criança pararam na Unidade Operacional da PRF em Joinville, onde foram realizados os contatos prévios para acionamento da aeronave.

A equipe fez uma escolta até Garuva, local que foi preparado pela concessionária para a família aguardar o transporte aéreo. Em apenas 18 minutos, a mãe e o menino desembarcaram no aeroporto do Bacacheri, em Curitiba.

“Em condições normais, uma viagem dessa duraria cerca de 1h30”, publicou a PRF.

De lá, eles foram transportados pelo SAMU até o hospital. O Portal SCC10 entrou em contato com o Hospital Pequeno Príncipe, que informou que a criança está internada e que a cirurgia está prevista para acontecer na noite desta terça-feira (29).

Menino de 3 anos é levado de SC a Curitiba em helicóptero para transplante de rim
Foto: reprodução | PRF

*Sob supervisão.

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Santa Catarina bate recorde de transplante de órgãos

Em 2014, Thiago Regis viu a vida mudar. Aos 34 anos, o empresário recebeu um diagnóstico: insuficiência renal crônica e desde aquele momento soube que um transplante seria inevitável. Nos anos seguintes, o corpo do triatleta começou a demonstrar sinais claros de exaustão até que ele precisou abandonar a prática. Seu rim falhou e a saída foi se submeter à diálise diariamente. 

“Eu não tinha possibilidade de me deslocar pra muito longe, de fazer uma viagem mais longa. Eu precisei readequar os meus horários no trabalho”, afirma Thiago. Em 2022, o empresário entrou para a lista de pacientes à espera de um rim. Nove meses depois, em julho de 2023, a tão aguardada notícia chegou enquanto ele fazia compras no supermercado: um doador compatível havia sido encontrado. 

Era um domingo à noite. Thiago estava em Florianópolis, a mais de 150 quilômetros do hospital onde a cirurgia seria realizada, em Blumenau. Para chegar ao local, era necessário dirigir pela  BR-101, que faz a ligação entre as duas cidades, e que naquele dia estava bastante congestionada. Foi então que ele ligou para a SC Transplantes e acabou fazendo o deslocamento seguindo a ambulância que levava o rim, que seria seu dentro de poucas horas.

“Eu fui escoltado pelo meu próprio rim”, pontua o empresário, que hoje não só voltou a praticar os esportes, mas também compete triatlo e treina duas horas todos os dias. Thiago recebeu o rim, mas o mesmo doador pode ainda ter ajudado outras centenas de pessoas. Em termos de órgãos são 8 que podem ser doados, entre coração, pulmões, os dois rins, fígado, pâncreas e o intestino, mas além disso também é possível a doação de tecidos, válvula cardíaca, pele e ossos.

Aumento no número de transplantes

Assim como Thiago, de outras 1712 pessoas também passaram por transplantes de órgãos em Santa Catarina em 2023, segundo a SC Transplantes. Esse número supera não só os 1521 realizados em 2022, mas também todos os anos anteriores da série histórica, contabilizada desde o início da SC Transplantes, há 25 anos. 

No site da SC Transplantes estão disponíveis os registros desde 2008, quando foram doados 398 órgãos. Se comparados com os 1217 de 2018, o aumento é de 305% nesse intervalo de 10 anos. Número que segue crescendo, já que se compararmos 2018, com 2023 as doações subiram 140%.

O estado apresenta um percentual de doações por milhão de habitantes acima da média nacional, com de 42,5 contra 19,9 no mesmo período, conforme a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. Além disso, Santa Catarina também apresenta uma recusa de 30%, porcentagem menor se comparada à média brasileira de 42%.

Para Joel de Andrade, coordenador da SC Transplantes, o aumento é consequência de um trabalho de sensibilização dos profissionais de saúde, principalmente no momento considerado o mais delicado: a entrevista familiar após a morte de um possível futuro doador.

“Em quase dezenove anos que atuo na SC Transplante eu não conheço nenhum caso de uma família que tenha negado a doação quando o familiar em vida afirmou que era doador. Se você tem um doador na família você respeita a vontade“, finaliza Joel.

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