Seca histórica no Amazonas afeta milhares de famílias
Comunidades ribeirinhas sofrem com falta de alimentos, remédios e água potável
• Atualizado
A seca histórica no Amazonas afeta a vida de milhares de famílias, principalmente nas comunidades ribeirinhas. Faltam alimentos, remédios e água potável. Com os rios em baixa, o transporte fica comprometido, o que causa impacto na principal área industrial da região, a Zona Franca de Manaus.
O Amazonas viveu uma cheia histórica há dois anos, quando a água dos rios invadia as casas. Em 2023, o cenário é bem diferente. Antes, o transporte era mais fácil. Por meio dos rios, muitas famílias chegavam ao destino rapidamente. Atualmente, as distâncias e desafios são maiores.
O chão rachado e tomado pelo lixo mostra a realidade de quem vive às margens do Rio Negro, que na terça-feira (17) chegou ao nível mais baixo da história: 13,49 metros. Muitas comunidades permanecem isoladas.
Em Manaus, há pelo menos 64 comunidades ribeirinhas. Alimentos e medicamentos estão escassos, mas, para a dona de casa Mária de Oliveira, o que mais preocupa é a falta de água potável: “nosso poço secou, infelizmente, mas a gente conseguiu com outros vizinhos”.
A seca também traz doenças. Crianças e idosos são os mais afetados. A família da dona de casa Emily Costa sofre com diarreia, vômito e alergias. “A minha filha de três anos acabou ficando doente, com diarreia devido à água”, conta.
O governador Wilson Lima anunciou o início da dragagem de um trecho do Rio Amazonas onde a passagem de navios com insumos do Polo Industrial de Manaus está impedida.
O superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, afirmou que empresas do setor vão dar férias coletivas aos funcionários, mas descartou falta de insumos na Zona Franca: “as empresas, muitas delas se prepararam, estocaram os seus insumos, e estão com a produção normal”.
No Acre, a seca também preocupa. O governo federal publicou uma portaria em que reconhece a situação de emergência em todos os 22 municípios do estado.
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