IBAMA embarga terras em Coxilha Rica
Agentes do IBAMA entregaram autos de infração e embargaram propriedades na região de Lages
• Atualizado
Por Cláudia Pletsch
Iniciada nesta terça-feira (05), uma operação realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA) na região da Coxilha Rica, em Lages, tem preocupado produtores de toda a região. De acordo com os seus relatos, agentes do IBAMA estariam realizando a entrega de autos de infração e termos de embargo de terras. Esses documentos impedem os produtores mexam nas terras, mesmo que o período seja de colheita de milho e plantio de trigo.
O proprietário de uma das fazendas, que não quis se identificar, contou o acontecimento: “Ontem fui surpreendido com o aviso do meu capataz que haviam arrebentado o cadeado da porteira e entrado na fazenda, ido até a residência e notificado uma área que estamos plantando de 120 hectares. Área essa que já tinha ‘Capim-annoni’ há mais de há mais de 40 anos, então não existia ali, sob hipótese nenhuma, vegetação nativa”.
O embasamento do IBAMA para essa operação é no Artigo 2 da Lei 11.428 (Lei da Mata Atlântica), que diz que consideram-se integrantes do Bioma Mata Atlântica, entre outras formações florestais, os campos de altitude. No parágrafo 1 desta lei ainda diz que: “somente os remanescentes de vegetação nativa no estágio primário e nos estágios secundário inicial, médio e avançado de regeneração terão seu uso e conservação regulados por esta lei”.
Esse fato é questionado pelos produtores, já que as terras plantadas na Coxilha Rica não seriam de mata nativa e sim campos cultivados há mais de um século. Ou seja, de acordo com os produtores, não houve derrubada de mata nativa para o cultivo de lavouras.
Em 2018, o IBAMA já havia realizado uma operação parecida na região. Na época, a operação nomeada como “campereada” notificou e embargou terras baseado em um artigo da lei da Mata Atlântica que tratava de campos de altitude, consideradas áreas acima dos 1.500 metros de altitude.
Mas, de acordo, com o engenheiro agrônomo e consultor do sindicato rural de Lages, João Messias, que atuou no arquivamento dos processos em 2018, não existem campos acima de 1.500 metros de altitude na Coxilha Rica.
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