Desperdício de água no Brasil aumenta pelo 6º ano seguido
A cada 100 litros de água captada pela natureza e tratada para se tornar potável, quase 40 litros se perdem
• Atualizado
O desperdício de água potável no Brasil aumentou pelo sexto ano seguido, segundo o Instituto Trata Brasil, que divulgou nesta segunda-feira (5) um novo estudo sobre perdas de água em 2023.
Elaborado a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a pesquisa aponta que, em 2016, 38,1% da água potável produzida no país foi perdida durante a distribuição. Em 2021, ano base do estudo, o índice chegou a 40,3%. Isso significa, segundo o Trata Brasil, a cada 100 litros de água captada pela natureza e tratada para se tornar potável, quase 40 litros se perdem.
Os principais motivos são vazamento nas redes, erros de medição e consumos não autorizados, os famosos ‘gatos’.
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Entre os gargalos a serem superados pelo país, a universalização do saneamento básico passa pela eficiência no controle de perdas de água. O relatório aponta que o volume total de água não faturada em 2021 (cerca de 7,3 bilhões de m³) equivale a quase oito mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçadas diariamente ou mais de sete vezes (7,4) o volume do Sistema Cantareira — o maior conjunto de reservatórios do Estado de São Paulo.
Para entender o impacto do controle de perdas, considerando-se somente as perdas por vazamentos, o volume (3,8 bilhões de m³) seria suficiente para abastecer aproximadamente 67 milhões de brasileiros em um ano.
Isso em um país onde ainda existem 33 milhões de pessoas sem acesso à água tratada.
O Norte e Nordeste, que demonstram a maior precariedade dos serviços básicos, são as regiões que mais desperdiçam, segundo o estudo. Mais de 51,16% da água se perde na distribuição no Norte. No Nordeste, 46,15%
Contudo, entre 2017 e 2021, a região que mais apresentou piora foi o Sudeste, com aumento de 3,62 pontos percentuais. Por outro lado, observa-se uma melhora na região Norte, com redução de 3,98 pontos percentuais nos últimos cinco anos, mesmo que ainda seja o maior índice dentre as regiões brasileiras.
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