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CRIME

Lar de idosos: funcionárias são denunciadas por morte de mulher em incêndio

Bombeiros Voluntários arrombaram a porta do cômodo para salvar a vítima, mas a encontraram sem vida

• Atualizado

Patryck Cachoeira

Por Patryck Cachoeira

Foto: Manuela Silva/4º BBM.
Foto: Manuela Silva/4º BBM.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou duas funcionárias por terem causado a morte de uma idosa residente em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) de Joinville. A denúncia da 23ª Promotoria de Justiça de Joinville requer que as acusadas sejam julgadas em júri popular pelo crime de homicídio. A denúncia foi recebida pela Justiça.

Conforme relata a ação penal pública, no dia 2 de novembro de 2022, às 7h, ocorreu um incêndio nos fundos da instituição, localizada no bairro Anita Garibaldi. Na área onde ocorreu o incêndio estava uma idosa de 67 anos. Durante a ocorrência para extinguir o fogo, os Bombeiros Voluntários tiveram que abrir a porta do cômodo incendiado com chutes, pois a vítima estava trancada. Ao abrirem a porta, a idosa já estava sem vida. 

O cômodo havia sido interditado pela Vigilância Sanitária de Joinville por meio de medida cautelar. As funcionárias pelo lar de idosos deveriam “realocar de forma imediata os idosos dos quartos em manutenção devido ao risco iminente à integridade física e à saúde dos idosos. A instituição estava impedida, ainda, de admitir novos idosos”. 

Segundo consta na instrução processual, “o local onde a vítima estava acomodada era situado na parte dos fundos da casa, possuía fiação exposta, tranca na porta pelo lado de fora e estava interditado desde o dia 20 de setembro de 2022, não podendo ser utilizado para acomodação de pessoa idosa”. Mesmo com a determinação do órgão competente, a proprietária e a responsável técnica do estabelecimento decidiram colocar a vítima naquele quarto, deixando-a isolada em um momento de surto, na noite anterior ao incêndio, não lhe dando chance de sobreviver ao incêndio. 

De acordo com a ação penal, as funcionárias, embora não quisessem a morte da vítima, teriam assumido o risco de provocar o resultado com as suas condutas, em especial a de deixar a idosa trancada em um quarto com fiação exposta.

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