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Investigação aponta que ex-diretor do Samae encomendou ataque a casa de ex-secretário em Blumenau

Crime ocorreu na noite de 6 de fevereiro de 2024

• Atualizado

Olga Helena de Paula

Por Olga Helena de Paula

Foto: Reprodução/SCC SBT.
Foto: Reprodução/SCC SBT.

Uma investigação da Polícia Civil aponta que o ex-diretor presidente do Samae, Michael Raul Schneider, conhecido como ‘Mica’, teria arquitetado o ataque a tiros a casa do ex-secretário municipal de Obras e Gestão Governamental, Michael Jackson Schoenfelder Maiochi, em Blumenau.

O crime ocorreu na noite de 6 de fevereiro deste ano, por volta das 23h45, quando dois homens em uma Honda/Biz, na cor preta, dispararam cerca de quatro tiros contra a residência do ex-secretário. Na época do ataque Maiochi alegou que vinha sofrendo ameaças e por isso o caso foi tratado como tentativa de homicídio pelos investigadores.

A investigação

O SCC10 teve acesso ao relatório de investigação do caso que aponta que o ex-diretor do Samae teria encomendado o crime por retaliação juntamente com um suposto “amigo”.

Por meio de câmeras de monitoramento OCR (sistema automático de leitura de placas), a polícia conseguiu identificar a placa da moto utilizada no crime, com registro na cidade de Pomerode, bem como constatar que o veículo estava sendo escoltado por uma VW/Saveiro, na cor vermelha. Com a identificação dos veículos, a polícia também apontou os suspeitos e assim os investigadores monstaram uma linha cronológica do crime, sendo que às:

20h – a Honda/Biz e a VW/Saveiro saíram de Pomerode;
20h30 – os veículos foram flagrados nas proximidades do local do crime em Blumenau;
23h17 – as câmeras OCR registraram a passagens dos veículos suspeitos;

Segundo a polícia, após o ataque, os dois veículos fugiram por uma região sem a presença de câmeras de monitoramento e não foram mais vistos na cidade.

A investigação ainda apontou a identidade dos três criminosos envolvidos no ataque a tiros, sendo que um quarto envolvido, que trabalha em uma empresa de guindastes em Timbó, teria os agenciado para o crime. Para a Polícia Civil, o “amigo” de Mica teria sido responsável por fazer o contato inicial com o quarto envolvido no crime.

Motivação do crime

Em agosto de 2023, Michael Raul Schneider ‘Mica’, foi alvo de investigação policial enquanto era diretor do Samae. Conforme consta no inquérito policial, houve um possível desentendimento entre Mica e Maiochi neste período.

O relatório ressalta que informações de “corredores” da Prefeitura, apontam que Maiochi teria frustrado planos de corrupção do ex-presidente do Samae. Conforme a investigação, “essa ação poderia ser a favor da probidade pública ou não”, o que ainda não foi esclarecido pela polícia.

“Se eu não ganho, ninguém ganha”

Ainda de acordo com informações obtidas pela polícia nos “corredores” da Prefeitura, Michael Raul Schneider com a justificativa “se eu não ganho, ninguém ganha”, expôs o esquema de corrupção ao qual Maiochi também estaria participando.

A investigação ainda esclarece que reformas de imóveis particulares atrelados a licitação, percentual cobrado das construtoras e demais informações pessoais da vítima eram todas de conhecimento do ex-diretor do Samae.

O objetivo da denúncia seria o ambiente político, pois Schneider sabia que Maiochi não o delataria com medo da exposição política negativa, pois “estaria ligado a todas as fraudes nas licitações”.

Para proceder com a denúncia contra Maiochi, Schneider procurou a ajuda de seu “amigo” e ambos criaram um esquema de chips de telefones como consta no documento, para enviar denúncias e ameaças ao primeiro escalão da administração pública municipal.

Para proceder com as ameaças o “amigo” de Mica teria entrado em contato com pessoas de cidades vizinhas, sem envolvimento no ambiente político e combinou detalhes do crime à casa de Maiochi.

O relatório ainda aponta que como o ex-secretário não colaborou ativamente com a investigação, não apontou nenhum suspeito aos agentes e também devido a movimentação política em volta do ocorrido, ainda não foi possível esclarecer a real motivação do crime.

Operação Publicis

Com a identificação dos envolvidos no crime, no dia 19 de junho, a Polícia Civil deflagrou a “Operação Publicis” que cumpriu 15 mandados de busca e apreensão nas cidades de Blumenau, Indaial, Timbó e Pomerode, em desfavor de oito pessoas suspeitas de envolvimento na ação.

A operação policial contou com o apoio de 36 policiais civis e até o momento foi apreendida a motocicleta utilizada pelos autores dos disparos, duas armas de fogo, R$ 4 mil e ainda foram colhidos diversos documentos e aparelhos celulares.

O Delegado responsável pelo caso, Bruno Fernando de Oliveira, afirmou que os celulares e eletrônicos foram encaminhados para a perícia e depois serão analisados os dados extraídos. Após a análise os interrogatórios terão início. Ele reforça que a investigação está em andamento e a conclusão dos indícios ocorre somente após o relatório final.

O que diz a Prefeitura de Blumenau:

Em nota, a Prefeitura negou ter acesso ao inquérito e ressaltou que não é alvo de investigação. Leia o comunicado na íntegra:

A Prefeitura de Blumenau não teve acesso ao inquérito e não é alvo da investigação e nem da operação da Polícia Civil sobre o assunto.

O que dizem os envolvidos:

O SCC10 entrou em contato com Michael Schneider e Michael Maiochi, o espaço segue aberto para o posicionamento.

>> Para mais notícias, siga o SCC10 no TwitterInstagram e Facebook.

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