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Dobradinha

IFSC participa de resgate histórico de uma receita típica do bairro Estreito, na Capital

Resgatar essas histórias e manter as receitas vivas nas cozinhas de moradores e restaurantes é o objetivo da Comida de Fato.

• Atualizado

Redação

Por Redação

Dona Terezinha Egnácio, de 81 anos, moradora do Estreito, e a professora Silvana Muller se encontraram para trocar histórias e receitas. Foto: IFSC, divulgação
Dona Terezinha Egnácio, de 81 anos, moradora do Estreito, e a professora Silvana Muller se encontraram para trocar histórias e receitas. Foto: IFSC, divulgação

A dobradinha é um prato tradicional de várias comunidades pelo Brasil. Em Florianópolis, ela faz parte da história do bairro Estreito, na parte continental da cidade. Antigos moradores receberam até um apelido: tripeiros, porque faziam fila à espera das doações de miúdos em frente ao matadouro que havia na comunidade antes da década de 1960 e que destinava as partes nobres do boi aos moradores da ilha, “mais endinheirados”. 

Resgatar essas histórias e manter as receitas vivas nas cozinhas de moradores e restaurantes é o objetivo da Comida de Fato, uma mostra virtual que está reunindo, nas redes sociais, receitas e causos sobre a dobradinha. O Grupo de Pesquisa Patrimônio, Gastronomia e Cultura do IFSC e a organização FloripAmanhã são parceiros do projeto, realizado pelo grupo Sou Estreito.

Para falar sobre esse prato tão rico de cultura, quatro cozinheiros foram convidados a dar seus depoimentos e a fazer as suas receitas de dobradinha, entre eles a professora de Gastronomia do Câmpus Florianópolis-Continente e coordenadora do grupo de pesquisa, Silvana Graudenz Muller, que participa da mostra nesta sexta-feira (16). A professora e pesquisadora vai falar sobre aspectos históricos e culturais da dobradinha, sua relação com o prato e apresentar sua versão da receita. 

Uma conversa sobre história e culinária

Para buscar mais elementos sobre essa cozinha local, Silvana foi até a casa de outra cozinheira que faz parte da mostra, Dona Terezinha Egnácio, de 81 anos, moradora do Estreito, que tem orgulho da sua história como tripeira e que já fez o seu relato ao projeto.

As duas se encontraram para trocar detalhes desta receita típica: “Ela me contou como era feita a dobradinha 50 anos atrás. Não ia extrato de tomate, usava colorau, era banha de porco em vez do azeite, os cortes mais quadradinhos. E falou também das adaptações aos produtos mais industrializados.

Selo Cidade Unesco da Gastronomia

Está prevista uma exposição itinerante pela Capital com as receitas e as histórias dos autores e das instituições envolvidas no projeto. Vale lembrar a importância deste resgate para a diversidade culinária de Florianópolis, que tem o Selo Cidade Unesco da Gastronomia. Para Silvana, identificar a prática das cozinhas locais contribui para a manutenção e o fortalecimento da identidade local e utilização pelas novas gerações. 

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