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Danos morais

Homem que foi trocado na maternidade ao nascer será indenizado em R$ 80 mil

Os pais o receberam como filho biológico em novembro de 1978 no Hospital Santo Antônio, de Armazém

• Atualizado

Redação

Por Redação

Imagem Ilustrativa | Foto: Banco de Imagens/Divulgação
Imagem Ilustrativa | Foto: Banco de Imagens/Divulgação

Um homem de 43 anos será indenizado em R$ 80 mil por ter sido trocado na maternidade por outra criança. A história começou após ouvir muitos comentários sobre sua semelhança física com outras pessoas de uma outra família.

Para tirar as dúvidas sobre a origem biológica, ele se submeteu ao exame de DNA aos 40 anos e foi atestada a compatibilidade genética materna e comprovada a troca dos bebês na maternidade. A decisão é da 2ª Vara da Fazenda Pública da comarca de Criciúma.

Segundo os autos, os pais do autor da ação o receberam como filho biológico em novembro de 1978 no Hospital Santo Antônio, de Armazém. Porém, após anos de desconfiança por diversos comentários sobre sua aparência, por meio do exame de DNA ficou comprovado que era filho biológico de outra mãe, “restando evidenciado, assim, a falha nos procedimentos de segurança adotados pelo nosocômio (hospital) réu, o que acarretou na troca dos recém-nascidos”. 

Em depoimento, três técnicas de enfermagem que atuavam no hospital à época frisaram as medidas de segurança e pronta identificação dos recém nascidos, no entanto, segundo a  sentença, “o certo é que o procedimento, no caso dos autos, não foi suficiente, restando evidente que a troca decorreu do ato falho e negligente do hospital que deixou de fiscalizar de maneira eficaz e segura a estadia dos bebês, garantindo que seriam entregues às respectivas mães”.  

O homem informou que possuía um certo contato com a família biológica, por serem residentes do mesmo município, mas seus laços somente foram estreitados após descobrirem o parentesco após o teste genético.

“Embora não se negue que os laços familiares se constroem com base no sentimento de afeição e que a relação é construída pela convivência e não pelo mero vínculo genético, é inegável que a falha na prestação do serviço não pode ser tida como um simples dissabor da vida cotidiana, na medida em que a conduta negligente do estabelecimento de saúde privou o autor do convívio com sua família de origem, lesionando gravemente seu direito de personalidade”.

O hospital e o município foram condenados, de forma solidária, ao pagamento de indenização pelos danos morais suportados pelo autor, no valor de R$ 80 mil, acrescidos de correção e juros. Cabe recurso da decisão ao TJSC.

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