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Sigilo

Homem é preso suspeito de vazar documentos confidenciais do Pentágono

Jack Teixeira "foi preso sem incidentes" e deve se apresentar em breve a um tribunal no estado de Massachusetts

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: SBT News | Reprodução
Foto: SBT News | Reprodução

O procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, confirmou, nesta quinta-feira (130), a prisão de um homem suspeito de vazar na internet dezenas de documentos do Departamento de Defesa altamente sigilosos.

Jack Teixeira “foi preso sem incidentes” e deve se apresentar em breve a um tribunal no estado de Massachusetts, disse Garland em uma breve coletiva de imprensa.

Mais cedo, o presidente americano, Joe Biden, informou que a investigação sobre a divulgação de documentos confidenciais dos Estados Unidos “se aproximava” de um resultado, enquanto a imprensa americana já indicava um membro da Guarda Nacional como possível responsável pelo vazamento.

Os documentos vazados revelaram preocupação sobre a viabilidade de uma próxima contraofensiva das forças de Kiev contra as tropas russas, assim como sobre as defesas aéreas ucranianas, e deram sinais de espionagem de aliados por parte dos Estados Unidos.

“Está sendo realizada uma investigação completa, com a comunidade de inteligência e o Departamento de Justiça e estão se aproximando de algumas conclusões”, disse Biden durante visita à Irlanda.

Os comentários do presidente se seguiram a uma reportagem do jornal The Washington Post, segundo a qual um homem que trabalhava em uma base militar americana havia publicado centenas de páginas de documentos em um grupo chamado Thug Shaker Central na plataforma de redes sociais Discord.

The New York Times, por sua vez, noticiou que havia identificado uma “pista de provas digitais” que apontava para um jovem membro da Guarda Aérea Nacional como o líder do grupo e responsável pelo vazamento, apesar de deixar claro que não havia sido identificado oficialmente como suspeito.

O jornal o identificou como Jack Teixeira, um membro de 21 anos da Inteligência da Guarda Nacional de Massachusetts.O Wall Street Journal também apontou para um membro da Guarda Aérea Nacional e disse que poderia haver uma prisão nesta 5ª feira.

Segundo os relatórios, o suposto autor dos vazamentos, que se identificava como “OG”, publicava regularmente documentos no grupo há meses.

O grupo de cerca de 24 pessoas, inclusive Rússia e Ucrânia, se uniu por sua “paixão mútua por armas, equipamento militar e Deus” e formou um “clube na Discord apenas para convidados em 2020”, destacou o Post, que, assim como o Times, citou membros não identificados do Thug Shaker Central.

Implicações para a segurança nacional

Jack Teixeira disse aos membros do grupo que passava parte do dia “dentro de uma instalação segura que proibia os telefones celulares e outros dispositivos eletrônicos”, segundo o Post.

Primeiro transcreveu o conteúdo dos documentos classificados para compartilhar com o grupo, mas logo começou a tirar fotos e pedir aos demais membros que não as compartilhassem, destacou o periódico.

Ele tinha uma “visão sombria do governo” e “falava dos Estados Unidos, e particularmente das forças de ordem e do serviço de inteligência, como forças sinistras que tentavam reprimir os cidadãos e mantê-los na escuridão”, acrescentou o Post, citando um dos membros do grupo.

A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que os Estados Unidos estão “verificando as implicações para a segurança nacional” do vazamento, que motivou uma investigação criminal por parte do Departamento de Justiça.

Devido ao vazamento, o Departamento de Defesa também tomou medidas para restringir ainda mais o acesso a este tipo de informação confidencial, disse Jean-Pierre a jornalistas da comitiva de Biden.

Washington também quer que as empresas de redes sociais “evitem facilitar” a divulgação de material deste tipo, afirmou.

“Acreditamos que as empresas de redes sociais têm a responsabilidade para com seus usuários e com o país de administrar a infraestrutura do setor privado que criaram e agora operam”, disse Jean-Pierre.

Um porta-voz da Discord disse à AFP que a segurança dos usuários é uma prioridade e que conteúdos que violam suas políticas podem acarretar usuários banidos, servidores interrompidos e alertas à polícia.

“Em relação à aparente violação de material confidencial, estamos cooperando com as forças de ordem”, disse o porta-voz. “Como a investigação está em andamento, não podemos fazer mais comentários neste momento”.

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