Governo cancela leilão do arroz e propõe série de medidas no lugar
Esforços estão relacionados à alta no preço do alimento causada pelas enchentes no RS
• Atualizado
Nesta quarta-feira (03), o Governo brasileiro cancelou o novo leilão do arroz para compra do grão importado. Ao invés dele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou o Plano Safra 2024/2025 com incentivos a produtores do grão. O objetivo agora é focar em investimentos na safra, como já afirmado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. O primeiro leilão havia sido cancelado por suspeitas de favorecimento.
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Plano Safra Agricultura Familiar
O Plano Safra Agricultura Familiar é voltado para produtores menores e propõe medidas para aumentar a produção do grão no país e, consequentemente, garantir a oferta e preços melhores.
A estratégia nacional prevê sete eixos principais: crédito (via Safra 24/25), acompanhamento técnico, sementes (uma competência da Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab), beneficiamento, comercialização e contratos de opção (em que o governo garante um preço mínimo do produto).
Por que o arroz é objeto de discussão?
O incentivo para o plantio de arroz está relacionado à alta dos preços do alimento causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Atualmente, o estado é responsável por 70% da colheita nacional. “Por que eu vou importar? Porque o arroz tem que chegar na mesa do povo a R$ 20 o pacote de 5kg”, explicou Lula na sexta-feira (21). “O fato real é que o arroz sobe diante da tragédia [das chuvas no Rio Grande do Sul], 30, 40%”, afirmou Fávaro à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados na quarta-feira (19).
Medidas adotadas para contornar o leilão: linhas de crédito rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com redução das taxas de juros. No caso do arroz, as taxas são de 3% ao ano para o grão convencional e 2% para o orgânico.
O “Safrinha” também prevê a redução da cobrança de juros de outros alimentos considerados essenciais na mesa do povo brasileiro, como feijão, mandioca, leite, frutas e verduras. A criação de uma rede, ainda não definida, para monitoramento desses alimentos tidos como essenciais também é especulada.
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