Fome atingiu 828 milhões de pessoas durante a pandemia, diz ONU
Cenário é alarmante principalmente na África, onde 20% da população sofre de insegurança alimentar
• Atualizado
O número de pessoas em situação de fome continua aumentando com a pandemia de covid-19. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado nesta quarta-feira (06), a cifra de cidadãos que sofrem de insegurança alimentar cresceu em 150 milhões em 2021, totalizando 828 milhões de pessoas.
O cenário é alarmante, sobretudo, em países da África, onde uma em cada cinco pessoas (20,2% da população) passou fome no ano passado. Em seguida, o relatório aponta para nações da Ásia (9,1%) e América Latina (5,8%). Na Europa e América do Norte, por outro lado, o número chegou a 2,5%.
“A pandemia realçou ainda mais as fragilidades dos sistemas agroalimentares e as desigualdades das sociedades, impulsionando o aumento da fome no mundo”, diz o relatório. Além da quebra econômica causada pelo período pandêmico, os autores explicam que o aumento da insegurança militar também está ligado aos eventos climáticos.
Caso nada seja feito, os membros da FAO estimam que cerca de 670 milhões de pessoas ainda enfrentarão casos de fome em 2030 – cifra equivalente a 8% da população mundial. O número, no entanto, pode ser maior, uma vez que o bloqueio de exportações da Ucrânia está impulsionando o preço dos alimentos e resultando em novos períodos de escassez.
“Apesar dos progressos globais, as tendências de desnutrição infantil continuam a ser uma grande preocupação. A questão agora não é saber se as adversidades vão continuar a acontecer, mas quais medidas devem ser tomadas para obter maior resiliência contra choques futuros”, defendem os autores da pesquisa.
No Brasil, um levantamento da Rede Penssan apontou que cerca de 33,1 milhões de brasileiros não têm o que comer diariamente, quase o dobro do registrado em 2020 – 19 milhões. No total, são 14 milhões de novos brasileiros em situação de fome, sendo que mais da metade da população (58%) vive com algum grau de insegurança alimentar leve, moderado ou grave.
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