“Ficamos sem chão”, afirma mãe de bebê prematuro colocado em bolso de jaleco em SC
O bebê nasceu prematuro, contraiu uma bactéria e está em isolamento
• Atualizado
Uma semana após ver o vídeo do filho prematuro e recém-nascido dentro do bolso do jaleco de uma fisioterapeuta no Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, enquanto a profissional dançava e era gravada por colegas, os pais conversaram com a reportagem do Portal SCC10. Eles relatam a angústia do acontecimento e a preocupação com a saúde da criança, que permanece internada e em isolamento com uma bactéria.
Ao relembrar a gravação, a mãe, de 23 anos, que teve gêmeos, conta ter ficado sem chão. “Fico sem palavras para descrever o sentimento”, expõe a jovem. “É um sentimento de revolta, de muita tristeza e de muita dor. É uma coisa inadmissível acontecer isso com um ser humano prematuro de apenas 29 semanas, frágil, delicado. É inaceitável uma monstruosidade dessa”, completamente o marido. O vídeo foi gravado 15 dias após o nascimento da criança.
Os pais de primeira viagem receberam o vídeo na segunda-feira (14). Sem saber que era o próprio filho nas imagens, o casal ficou abalado e chegou a compartilhar o vídeo com outros familiares. “Ficamos revoltados, mas não tínhamos noção e não sabíamos que era o nosso filho. Em nenhum momento o hospital nos comunicou. Só fomos informados na quarta-feira (16)”, destaca o pai do menino.
Recém-nascido foi diagnosticado com bactéria
Na terça-feira, um dia antes do comunicado de que o filho era aquele das imagens no bolso da fisioterapeuta, o casal, que já prestou depoimento à Polícia Civil, foi comunicado de que o bebê havia sido diagnosticado com uma bactéria. A família não tem conhecimento se a infecção começou antes ou depois da ação da funcionária do hospital.
“Antes dessa tragédia acontecer ele estava bem, estava em perfeito estado. Depois dessa tragédia, aconteceu isso”, conta o pai, que ficou sabendo sobre a situação de saúde pela esposa. A criança segue em isolamento e, segundo o hospital, ele, assim como o irmão gêmeo, devem receber alta hospitalar em 30 dias.
Enquanto não recebem alta, os pais convivem com o receio de deixar as crianças no hospital internados. “O que aconteceu não sai da nossa mente, vivemos em torno disso. Até eles saírem do hospital e estiverem sob os nossos cuidados, não vamos ficar tranquilos. Não tem como ficar”, relata a mãe.
Segundo Mariani Regina da Silva, advogada que representa os pais, o casal vai entrar com um processo solicitando indenização e reparação civil. “Não há dinheiro que irá indenizar todo o mal sofrido, a angustia e a dor que essa família está vivenciando, mas iremos entrar com um processo judicial para que a família e a criança sejam ressarcidas”, pontuou a advogada.
O que diz o Hospital
Em nota, o Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen ressaltou que não há qualquer relação entre o fato filmado e a colonização bacteriana, tendo em vista que “a coleta foi realizada no dia anterior ao ocorrido”.
Confira a nota na íntegra:
O Hospital Marieta reforça que o bebê nasceu prematuramente de parto normal sem qualquer intercorrência, totalmente dentro da normalidade para um parto desta natureza, antes do tempo. Segundo boletim médico, a criança goza de perfeita saúde, reservada apenas aos cuidados pertinentes da sua fragilidade de nascido prematuro. Não houve violência obstétrica e é importante ressaltar que não há qualquer relação entre o fato filmado e a colonização bacteriana, tendo em vista que a coleta foi realizada no dia anterior ao ocorrido.
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