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Relatório

Facebook não consegue encontrar anúncios com desinformação eleitoral, mostra ONG

Relatório diz que publicou anúncios políticos sem o processo de autorização obrigatório da plataforma

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Facebook não consegue encontrar anúncios com desinformação eleitoral. Foto: Freepik (banco de imagens)
Facebook não consegue encontrar anúncios com desinformação eleitoral. Foto: Freepik (banco de imagens)

A organização não governamental Global Witness publicou um relatório na segunda-feira (15) apontando que a rede social Facebook, da Meta, aprovou anúncios em sua plataforma que continham desinformação sobre as eleições no Brasil. A ONG relata que anúncios com erros sobre informações básicas, data da eleição e outros dados semelhantes não estariam sendo identificados e barrados pelo sistema de moderação do Facebook, apontando que existe uma falha na plataforma.

A Global Witness criou dez anúncios com desinformação eleitoral em português, sendo que destes cinco, continha informações falsas sobre eleições e outras cinco que deslegitimam o processo eleitoral, para testar os sistemas de moderação de conteúdo, após a aplicação das iniciativas da rede social para combater a desinformação ou, no popular, fake news.

As peças publicitárias com erros de informação como datas erradas, questionamentos sobre as eletrônicas foram enviadas para a rede social e, depois, aprovadas. Uma das publicações foi barrada, no entanto, seis dias depois a peça foi liberada no Facebook.

“O dia da eleição está mudando: As pessoas de São Paulo agora devem votar no dia 3 de outubro”, dizia o anúncio enganoso, sendo que a data oficial do primeiro turno das eleições em todo o Brasil é no dia 2 de outubro.

Em maio, a Meta realizou uma coletiva de imprensa no Brasil para anunciar as medidas que seriam tomadas para garantir a distribuição de informações íntegras que não atrapalhem as eleições brasileiras.

Lembretes, limitações no compartilhamento de mensagens, avisos com datas importantes, uma central de monitoramento, treinamento para a Justiça Eleitoral e redução de alcance de conteúdo de baixa qualidade estão entre as medidas anunciadas à época para as plataformas WhatsApp, Facebook e Instagram.

O próprio site de Políticas de Publicidade do Facebook diz que não são permitidos a publicação de conteúdo com desinformação.

“Proibimos conteúdo e comportamento em outras áreas que frequentemente se sobrepõem com a disseminação de desinformação”, diz trecho da política disponível no site Transparency Center, da plataforma da Meta.

A ONG foi enfática ao dizer que a Meta falhou no processo de barrar anúncios com desinformação, contrariando a sua própria política e esforço ao coibir o conteúdo enganoso.

“Os autoproclamados esforços do Facebook para proteger a integridade eleitoral no Brasil parecem estar falhando, como revela nossa nova investigação. Nossa investigação conclui que o Facebook não conseguiu detectar desinformação relacionada a eleições em anúncios no período que antecedeu as eleições brasileiras em 2 de outubro de 2022”, diz trecho da nota da ONG.

Publicações de fora do Brasil

A organização relata que os testes foram feitos no Reino Unido e no Quênia, não foi utilizado meio de pagamento do Brasil e nem ferramentas VPN, que mascaram a geolocalização da conta que foi feita a publicação, em Nairobi e Londres.

A Global Witness também ressalta que o teste foi feito no sistema de anúncios da Meta, porque a ferramenta permite a remoção das publicações antes de serem disparado nas redes sociais, momento que a publicação passa pelo processo de moderação de conteúdo no Facebook que garante que faz a revisão de forma manual e automatizada, além de ressaltar que suas políticas de publicidade são rígidas.

Procurada pela reportagem do SBT News para comentar sobre o relatório da ONG internacional, a Meta, dona do Facebook enviou o posicionamento abaixo reforçando que se preparam de forma contínua diante das eleições brasileiras neste ano no Brasil e que milhares de conteúdos foram removidos das plataformas da empresa e que os anúncios políticos irregulares são rejeitados.

“Nos preparamos extensivamente para as eleições de 2022 no Brasil. Lançamos ferramentas que promovem informações confiáveis por meio de rótulos em posts sobre eleições, estabelecemos um canal direto para o Tribunal Superior Eleitoral nos enviar conteúdo potencialmente problemático para revisão e seguimos colaborando com autoridades e pesquisadores brasileiros. Nossos esforços na última eleição do Brasil resultaram na remoção de 140.000 conteúdos no Facebook e no Instagram por violarem nossas políticas de interferência eleitoral. Também rejeitamos 250.000 submissões de anúncios políticos não autorizados. Estamos comprometidos em proteger a integridade das eleições no Brasil e no mundo.” 

Redes sociais mais usadas no Brasil

Das 10 redes sociais mais utilizadas no país, três são da Meta. Segundo o relatório WeAreSocial elaborado em parceria com a plataforma Hootsuite, em abril deste ano WhatsApp, Instagram e Facebook estão entre as preferências de uso dos brasileiros. Confira o ranking abaixo:

  1. WhatsApp – 165 milhões
  2. YouTube – 138 milhões
  3. Instagram – 122 milhões
  4. Facebook – 116 milhões
  5. TikTok – 73,5 milhões
  6. Messenger – 65,5 milhões
  7. LinkedIn – 56 milhões
  8. Pinterest – 30 milhões
  9. Twitter – 19 milhões
  10. Snapchat – 7,6 milhões

O mesmo relatório ainda aponta que os brasileiros passam, em média 3 horas e 47 minutos conectados às redes sociais.

>> Para mais notícias, siga o SCC10 no TwitterInstagram e Facebook.

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